POV Willian Robertson.
Hoje eu acordei muito animado e cheio de esperança. Com certeza eu iria beijar aqueles belos lábios carnudos, mesmo que ela depois me matasse.
Precisava ir cheiroso como sempre, então fui tomar banho e depois me vesti rapidamente.
Corri para o estábulo para pegar Raio, ao passar pelo jardim ouvi alguém me chamar.
– Sim, irmãozinho. – Ele estava no jardim pensativo.
– Aonde vai?
– Vou ver uma moça que conheci.
– Sua noiva?
– Não, não penso em me casar.
– Como ela é? – Perguntou curioso.
– Ahh, você sabe irmãozinho, linda, como todas as que eu conheci. Não sou você para aceitar as escolhidas do papai. – Parei pensando na moça, Rosalie, que conheci ontem, a que seria a noiva de Benjamin. - Pensando bem sua noiva não e de se jogar fora. Sei que estava pensando nela.
– Sim, Rosalie é muito linda e inteligente. Um dia quero conhecer essa moça que fala. Pretende ficar com ela ou abandoná-la como as outras?
– Não quero pensar nisso agora, o presente é que me importa. – A imagem do seu lindo rosto e seus encantadores olhos verdes surgiram na minha mente.
Dei uma batidinha no ombro do meu irmão e sai.
Ao chagar no estábulo acariciei o pelo macio de Raio que relinchou, satisfeito. Coloquei as rédeas montando e saindo em direção ao campo.
Não demorei muito para chegar à parte mais clara do campo. Observei bem o lugar, mas fiquei completamente transtornado por não vela. Ela seria tão orgulhosa a ponto de não vir? Ela estaria atrasada? Ou não virá?
Me sentei na grama verde para esperá-la.
POV Elizabeth Hilary
– Primeiro você não deveria ter saído do quarto...
– Mas eu só queria esquecer tudo. – Falei interrompendo o sermão insuportável do meu pai.
– Mas não deveria ter feito isso. E segundo você ainda está de castigo, lembra? – Parou me olhando raivoso – Ah, sabia que eu deveria aumentar os dias do castigo? Já decidi vai ser uma semana, e se me desobedecer vou aumentar.
– Pai! - Reclamei
Minha mãe voltou do quarto de minha irmã.
– Como ela está? – Eu e meu pai perguntamos juntos, preocupados.
– Ela está melhor, eu a fiz esquecer. Disse a ela que ela levou uma queda quando estava brincando com Marie.
– Foi tudo culpa sua Elizabeth. Se não tivesse me desobedecido nada teria acontecido. – Disse meu pai me encarando raivoso.
– Descontrole acontece com todos nós, e não foi só culpa dela, mas também nossa. - Minha mãe me defendeu. Sorri para ela agradecendo e fui para meu quarto.
POV Willian Robertson.
Esperei calmamente, mas ela não apareceu. Como ela pode ser tão orgulhosa? Eu não vou ficar esperando a boa vontade dela de falar comigo, existe muitas mulheres no mundo.
Me levantei rapidamente, montando em Raio e correndo de volta para casa.
POV Elizabeth Hilary
Me sentei na cama pegando meu diário e começando a escrever.
14 de Maio de 1963
Querido Diário,
Tive mais um descontrole. Nunca pensei que isso fosse acontecer tanto comigo. Antes de meu pai me transformar eu pensava que tudo seria fácil e minha nova vida iria se organizar logo. Mas realmente não está sendo do jeito que eu pensava.
Estou muito aliviada por não ter matado minha irmã, mas ainda fiquei chocada com isso. Foi pior que a primeira vez quando quase matei Penélope.
O mesmo dia em que eu conheci Willian. Por que eu penso tanto nele? Ele é só um novo amigo meu. Hoje talvez teria sido bom se eu tivesse ido ao encontro. Será que ele foi? O acontecido de hoje vai me impedir de pensar nisso.
Minha irmã pode ter esquecido, mas eu não vou esquecer nunca.
Parei de escrever. Precisava tomar um banho, isso sempre alivia a alma, se é que eu tenho uma alma.
POV Willian Robertson.
Ao chegar a casa vi meu pai e meu irmão jantando. Eles tentavam de tudo para esconder dos criados, mesmo que alguns já soubessem. Isso me parecia tolice, é muito difícil eu colocar uma comida de humano na boca, às vezes faço isso para esquecer a sede insuportável, e também quando não quero caçar.
– Willian, sentisse conosco. – Chamou meu pai com bom humor. Que novidade!
– Não vou perder meu tempo com isso.
– Ahh, mas vamos receber visita. – Falou tentando me convencer a sentar.
– É a Rosalie e sua família. – Disse meu irmão com os olhos brilhando feito estrela.
– Não seja mal educado, Willian. – Ordenou meu pai. Afastando a cadeira ao seu lado. É, ele não vai desistir.
Me sentei ao seu lado e aguardamos ansiosamente a visita.
Quando vimos chegar um criado.
– Sr. Jonathan, visita para os senhores.
– Mande-os entrar. – Ordenou meu pai.
O criado saiu, entrando um casal com o homem um pouco fora de forma e uma mulher segurando uma caixa de tricô. E logo atrás Rosalie e uma criada.
– Sejam bem-vindos, a casa é de vocês. – Meu pai falou educadamente, meu irmão sorriu alegremente e eu também tentei sorrir. Mas de qualquer forma não como meu irmão, que estava com um sorriso apaixonado, eu podia perceber isso.
– Obrigado. – Agradeceram.
– Por que não se sentam conosco e deleitam o jantar? - Falou, mostrando a sala e a grande mesa central.
– Seria um prazer. – Falou a mulher, com certeza mãe de Rosalie.
Antes de sentarem, meu pai me apresentou a família.
– Esse é o meu filho mais velho, Willian. Willian esse é o Sr. John, sua esposa Sra. Catherine e sua única filha Srta. Rosalie.
– É um prazer conhecê-los. - Tentei imitar a voz do meu pai. Ouvi meu irmão rindo baixinho.
– O prazer é todo nosso. – Falou Sr. Jonh apertando minha mão e logo em seguida sua esposa . Rosalie sorriu para mim, o mesmo sorriso que fez quando nós nos conhecemos, um sorriso atraente e muito sedutor.
Todos se sentaram e logo depois ouvimos apenas o barulhinho dos copos sendo postos e retirados na mesa e da comida sendo triturada pelos dentes.
Rosalie me olhava sedutoramente e logo depois disfarçava olhando para Benjamin, timidamente. Eu apenas sorria e piscava para ela, também tentando disfarçar.
– Como vão os negócios, Sr. Jonathan? – falou John por fim.
– Ah, vão muito bem, e o seus? – falou meu pai disfarçando o inverso.
– Vão como o seu. – respondeu sem muito assunto. Meu pai mexeu uma de suas sobrancelhas.
Rosalie não parava de me olhar, então encostei aponta do meu pé no seu calcanhar, massageando. Ela apenas piscou para mim e eu voltei com o sorriso galanteador. Eu estava conseguindo cortejá-la.
– Parabéns, Sr. Jonathan! Seus filhos são maravilhosamente educados e são muito bonitos. – Elogiou Catherine, vendo a falta de assunto.
– Obrigado. – Meu pai agradeceu e eu e meu irmão mechemos a cabeça com sinal de positividade e também gratos pelo elogio.
Depois de muitos papos descontraídos eles se despediram com um brinde.
– Vamos brindar aos noivos. Que logo vão trazer união e felicidade a nossas famílias.
Brindamos, ouvindo o barulho das taças batendo uma nas outras.
Logo depois nos despedimos e fui para meu quarto.
– Willian. – Ouvi meu irmão me chamar.
– Sim?
– Como foi o encontro?
– Ela não foi. Ela é muito orgulhosa.
– Desculpe-me por lembrá-lo. – Falou triste por mim, mas no fundo eu podia sentir que estava alegre com os breves olhares de Rosalie a ele.
– Tudo bem, irmão. Existem mais mulheres no mundo do que estrelas no céu. – Nós rimos juntos.
Saudamos-nos com um ‘Boa Noite’ e fui para o meu quarto, cansado.
Fiquei contemplando a vista da floresta na varando do meu quarto.
Desabei em pensamentos. Eu ainda iria conquistar Hilary. Com certeza ela iria me procurar, como todas as mulheres que conheci que não suportavam a minha distancia e que sempre as desprezava querendo liberdade. Mas ela é diferente em vez de me querer, ela me despreza, ela tenta de tudo para me evitar. Isso me faz cada ver mais querer cortejá-la.
POV Elizabeth Hilary
Os dias passaram vagarosamente, talvez porque eu estivesse de castigo. A cada dia ficava ansiosa e mais preocupada. Será que meu pai teria coragem de invadir a propriedade dos Bennet? Isso não me parece uma boa coisa. E se o Sr. Jonathan Bennet querer se vingar?
Quando penso nisso de repente sinto calafrios, como se tudo isso significasse algo. Só sei que preciso tirar essa idéia do meu pai. E a cada dia que passa eu sinto que preciso falar com Willian.
Às vezes fico pensando, se ele é um dos filhos de Jonathan? Eu deixaria o meu pai fazer isso ou simplesmente ajudaria o inimigo dele ou até mesmo Willian?
Não me lembro de ele ter dito o nome do pai dele, só me lembro o do seu irmão, Benjamin, mas isso não ajuda.
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