Cena 1
POV Elena
As três mosqueteiras, eu, Bonnie e Meredith, andávamos pelos corredores da escola em meio ao bom papo.
– Acha mesmo que sua tia vai acreditar naquela história?
Bonnie se referia a nossa saída repentina de sua casa ontem. Depois daquele sonho horrível, eu decidi que eu não conseguiria mais dormir na casa de Bonnie. Por isso eu ela voltamos a minha residência tarde da noite, inventamos uma desculpa para tinha Judith, mas ela ficou desconfiada...
– Não sei, mas vai ter que acreditar. Eu não quero que ela se envolva nessa história.
– Engraçado... Ontem, eu também tive um sonho estranho. – comentou Bonnie.
– Sobre o que? – perguntei.
– Sobre você. Eu vi você parada debaixo de uma arvore. O vento soprava os seus cabelos. Por algum motivo, eu não queria chegar perto. Você estava... Diferente. Com roupas antigas...
– Que sonho mais revoltante. – ironizou Meredith.
– É mesmo, não é? O que será que isso significa?
– Deve significar que você sabia como eu estava perturbada. – Após falar isso, tive uma velha lembrança do que Estefan me disse uma vez. Roupas antigas... Deixa para lá.
– Sim. Só que tem uma coisa, eu tive esse sonho antes de você acordar todo mundo aos gritos.
Encerramos o assunto misterioso e percebemos Alaric se aproximar.
– Olá meninas!
– Olá Alaric!
– Vocês já devem estar sabendo sobre o baile anual dos anos 60, não é?
– Meu Deus! Eu estava esquecendo. – falou Bonnie.
– Eu também. O ano passou realmente rápido. – concordei.
– A escola está patrocinando, então, aproveitem, pois o ingresso é pela metade do preço. – nos informou.
– Que maravilha! – comemorou Bonnie.
Ele abaixou a cabeça meio envergonhado e depois olhou para Meredith.
– Meredith, gostaria de me acompanhar ao baile?
– É... Claro.
– Legal. Depois conversamos melhor.
Ele saiu com certeza dando pulinhos de alegria. Bonnie e eu encaramos Meredith.
– Ele é só um amigo. – Meredith apressou-se em dizer.
– Amigo? – perguntei maliciosa.
– Uhhhh! – brincou Bonnie.
– É verdade!
Dirigimo-nos as salas sorrindo.
Cena 2
POV Damon
Em meio a essa tarde quente, nada melhor do que ir ao bar e beber uma boa bebida.
– Oi. Meu nome é Alaric Saltzman.
Olhei para o lado e encarei o sujeito que estava ao lado. Muito bem! Lá se foi o momento agradável.
– Damon Salvatore. – falei desanimado.
– Salvatore... O mesmo sobrenome do Estefan. Tem algum parentesco com ele?
– Estefan é o meu irmão caçula.
– Ele é um rapaz de ouro. Um ótimo aluno!
Que baboseira! O que esse cara quer?
– Estou acostumado a ouvir isso dele.
– São só vocês dois?
– Sim. O meu pai mora em São Paulo.
– Viaja muito?
– Por que o interrogatório?
– Desculpe-me, eu sou curioso.
Eu tinha que sair de perto desse cara, ele é muito suspeito.
– Se me der licença, eu vou levar um papinho com o meu maninho.
Fui a meça onde Estefan e Elena estavam sentados e me juntei a eles discretamente.
– Me salvem do Alaric.
– Por quê? – Estefan perguntou sem entender. Nossa como ele é lento!
– Ele não para de me fazer perguntas curiosas.
– Ele é estranho. Também me olha com a mesma curiosidade.
– Isso é esquisito. Tenho que descobrir o que esse cara quer.
– Qualquer dia eu converso com ele.
– Ele convidou Meredith para o baile dos anos 60. – Elena nos informou.
– Ótimo! Essa é a oportunidade.
– Eu não quero que faça nenhuma besteira! – advertiu Elena.
– Relaxa! Só conversarei com ele.
– Tenho medo de suas conversas. – Falou Estefan.
– Tchauzinho para vocês. Tenho que comprar o meu ingresso.
Sai da mesa apressado. Hoje essa festa vai bobar!
Cena 3
POV Elena
Já era noite, eu estava dando os últimos retoques na minha roupa. Eu queria estar bem linda.
Tia Judith se aproximou de mim e beijou a minha bochecha, igual como ela fazia com Margareth. Talvez eu ainda fosse uma criança aos seus olhos.
– Um! Está linda! – elogiou-me
– Obrigada!
– tem certeza de que não quer vir comigo e com o Bob?
– Tenho. Estefan vem me pegar.
–Tudo bem, então, Tchau!
Ele saiu do quarto, animada. Minutos depois, Ouvi a campainha tocando. Desci e fui atender. Ao abrir, meu coração deu um salto. Será que um dia eu iria deixar de fazer isso toda vez que ver Estefan? Acho que não.
– Oi amor!
Cumprimentamo-nos com um selinho.
– Está linda!
– Obrigada.
Seguimos em direção ao carro e lá podemos conversar tranquilos.
– Eu estava pensando. Não é um pouco exagerada essa atitude do Damon? O Alaric não fez nada demais.
– Eu acho Alaric muito estranho. Eu posso estar enganado, mas tenho motivos para concordar com Damon. De qualquer forma, estaremos lá para impedir qualquer atitude do Damon.
No percurso conversamos sobre outras coisas sem importância. Nossa! Como eu estava me sentido bem. Preciso fugir essa noite dos problemas. Dançar ao ritmo do toque de um disco, esquecer do que me dizem e apenas fazer isso acontecer, tentar fazer isso dar certo.
Chegamos à festa. O salão estava lotado de pessoas fantasiadas com roupas dos anos 60. Estava tudo lindo.
Damon se aproximou de nós e ficamos de olho nele.
– Adoro os anos 60! – ele falou alegre.
– O Alaric ainda não chegou? – perguntou Estefan.
– Não. Estou ansioso para conversar com ele.
– Tomara que seja apenas uma conversa... – falei já temendo o que ele poderia fazer.
– Vai ser. Confie em mim.
– Tenho motivos?
– Não.
Ele deu um sorriso charmoso e pegou a minha mão.
– Quer dançar? – perguntou descaradamente.
– Quero. Vamos dançar Estefan?
– vamos.
Deixamos Damon plantado na entrada do salão. Formos ao centro e começamos acompanhar o ritmo da música.
– Como devia ser os anos 60? – perguntei.
– Foram marcadas por transformações sociais. Devia ser interessante viver naquela época.
Ele me rodou e depois me voltou para posição inicial.
– Você dança bem, sabia?
– Aproveite, pois hoje estou de bom humor.
– É bom poder finalmente sair da rotina.
– Por quê? Alguma coisa te preocupa? – ele perguntou após perceber minha expressão quando eu disse a palavra “rotina”.
– Não... Eu gosto de estar assim com você.
Cena 4
POV Damon
Depois de tanto procurar, finalmente encontrei Alaric. Fui até o bar, hoje eu descobriria o segredo desse cara ou pelo menos silenciá-lo.
– Por que queria saber tanto sobre a minha vida? – fui direto ao ponto.
– Era apenas curiosidade...
– Vem sondando o meu irmão. Isso também é apenas curiosidade?
– Todo professor faz isso.
– Falando nisso. Eu olhei o seu currículo. Nunca foi professor. Morava em São Paulo, trabalhava em uma boa empresa. Por que largou tudo para ser professor?
– Não interessa!
– Sabe o que é? Eu também sou curioso. E cada droga de coisa que você faz me interessa.
– Eu sempre quis ser professor!
– Isso está mais parecido com dor de cotovelo. Quem foi que roubou a sua mulher?
Alaric me acertou em cheio com uma cotovelada. Antes que eu pudesse corresponder àquela cara idiota, ele se foi. Droga!
– É melhor não se meter na minha vida! – gritei.
– Ai!
Cena 5
POV Elena.
Bonnie e eu paramos para descansar, quando Meredith veio e se juntou a nós.
– O encontro acabou? – perguntei.
– Não o Alaric foi pegar umas bebidas.
– Como ele é? – Bonnie interrogou.
– Ele é muito legal. Responsável, inteligente e lindo. – Meredith respondeu com um sorrisinho.
– Você gosta dele? – fui direta.
– É muito cedo para dizer. Tenho medo de me envolver nessa relação. Sabe? Ele é mais velho do que eu e mais experiente.
– Você não tem que ter medo, Meredith. Tem que aproveitar. Como vai saber se vai dar certo se não tentar? – incentivei-a.
– A Elena tem razão. E logo você vai se tornar adulta. Ninguém vai ficar falando por ai.
Bonnie e eu brindamos em concordância. Logo depois, Alaric se aproximou da nossa mesa.
– Vamos dançar? – perguntou a Meredith.
– Vamos.
Eles saíram e Damon chegou para atrapalhar...
– Não é possível! Duas gatas sozinhas nessa mesa.
– Não seja por isso prometi essa dança ao Matt.
Bonnie saiu de fininho, me deixando sozinha com ele.
– Só resta você, Elena.
– Não resta não. Estefan está me esperando.
Levantei e bati no queixo dele.
– Se você não fosse tão idiota. Eu sentiria pena de você.
Fui embora o mais rápido possível, deixando Damon bufando de raiva.
Cena 6
POV Elena
No dia seguinte, Bonnie e eu andávamos pelo pátio da escola quando Meredith veio com um jornal na mão e com uma cara nada boa.
– Já viram isso? – ela perguntou estendendo o jornal da escola para nós.
Peguei o jornal e vi o anuncio que estava em baixo.
“Não suporto a ideia de perdê-lo. Mas ele está muito infeliz com alguma coisa e se ele não me contar o que é, se ele não confia em mim, não vejo nenhuma esperança para nós”.
– Elena? – chamou Bonnie.
– E então? – perguntei tentando saber a opinião delas.
– Eu podia jurar que você não estava ouvindo. Acabei de dizer que ainda assim não me parece ser Dam... Trabalho do assassino. Não parece que um homicida seria tão fútil! – opinou Bonnie.
– Por mais que eu odeie concordar, ela tem razão. Tem cheiro de alguém dissimulado. Alguém com rancor, que realmente quer fazer você sofrer. – concordou Meredith.
– Também alguém que está familiarizado coma escola. É preciso preencher um formulário para colocar um anuncio no jornal da escola. – observei.
– E alguém que sabe que você tem um diário, supondo-se que quem o roubou de proposito. Talvez estivesse em uma das aulas em que você o trouxe para a escola. – continuou Bonnie.
– Espere um minuto, Bonnie! Naquela noite na sua casa, quando o diário foi roubado, quanto tempo vocês duas ficaram fora da sala de star? – perguntei.
– Só alguns minutos. Yangtze tinha parado de latir e eu fui até a porta para ele entrar e... – respondeu Bonnie.
– Damon pode ter participado do plano. Apenas como cúmplice de alguém dissimulado e cruel, que provavelmente frequenta as aulas, Elena, e muito provavelmente alguém que você conhece bem... Alguém que tem rancor pessoal e fará o que for para atingir você... Ah, meu Deus! – analisou Meredith.
– Só pode ser. Só pode ser. – falou Bonnie.
– Que idiotas nós somos, a gente devia ter percebido isso na hora. – Meredith falou com raiva.
– Caroline. Ela namorou o Damon. Ele pegou o diário e ela está aprontando essas coisas. – conclui.
– Depois da aula. Quando poderemos leva-la a um lugar reservado. Espere o momento certo, Elena. – orientou Meredith.
– Vocês duas vão à frente, esqueci uma coisa. – menti.
Elas entraram nas suas respectivas salas de aula e eu fui em busca de Caroline.
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