Cena 1
POV Elena
- É inútil. Ela deve ter escondido... Espere. Tem alguma
coisa aqui. Estou sentindo uma quina. Peguei! Elena é um diário! – Bonnie falou
animada.
Respirei aliviada. Agora não haveria mais nenhum risco.
- É um diário, mas é verde e não azul. É o diário errado!
– notou Meredith
- Como é? – falei, torcendo para que não fosse verdade.
- É o de Caroline! – falei derrotada.
- Pode ter pistas. – disse Bonnie com alguma esperança.
- É verdade. – concordou Meredith.
- Espere ai! O que é que é isso? Escutem só.
“Elena é a pessoa mais
egoísta que já conheci. Todo mundo acha que ela é toda certinha, mas na verdade
é só frieza. É patético como as pessoas ‘puxam o saco’ dela. Nunca perceberam
que ela não dá a mínima para ninguém, só para ela mesma.”
- Caroline disse isso? Olha só quem fala! – ela não
conhece nenhum terço de mim para andar falando.
- Continue, tem mais. – estimulou Meredith.
- “Ultimamente,
Bonnie tem sido quase tão ruim quanto ela, sempre tentando se fazer de
importante. A última novidade é fingir que é paranormal, para as pessoas
prestarem atenção nela. Se Bonnie fosse paranormal teria deduzido que Elena
apenas a usa.”
- É só isso? – perguntei.
- Não tem um pouco sobre Meredith.
“Meredith não faz nada
para impedir isso. Na verdade, Meredith não faz nada. Ela só olha. É como se
não pudesse agir, ela só pode reagir as coisas. Além disso, ouvi minha mãe
dizer algo sobre a família dela. Não admira que ela nunca tenha falado neles.”
- Isso não importa. Continue lendo, Bonnie, procure
alguma coisa sobre o diário de Elena.
- Tente em 29 de outubro. Foi quando foi roubado. –
deduzi.
Bonnie procurou no diário e fez uma careta.
- Não há nada escrito no dia 29 de outubro. A última vez
que ela escreveu foi no dia 24.
- Bom, então é isso. Isto aqui é algo inútil. A não ser
que a agente queira chantagear Caroline. Sabe como é não mostramos o dela se
ela não mostrar o seu. – articulou Meredith.
- Não há nada ruim sobre Caroline aqui. Ela só reclama
dos outros. Principalmente da gente. Aposto que Caroline ia adorar ter isso
lido em voz alta por toda a escola. Ela iria ganhar o dia. – observou Bonnie.
- E o que vamos fazer com isso? – perguntou Meredith.
- Coloquem no lugar. Vamos ter que continuar fingindo que
não sabemos que ela está com o meu diário e esperar por outra oportunidade. –
pedi.
- Tudo bem. Vocês têm que ouvir essa!
- Não temos tempo!
De repente escutamos um barulho de carro se aproximando.
- Um carro! - gritou Meredith.
- Anda! Anda! Apaguem as lanternas e saiam pela porta dos
fundos. – orientei-as.
Bonnie devolveu o diário para o lugar e descemos
apressadas pelas escadas.
Ouvimos a porta da frente se abrir e tratamos de ir para
a cozinha.
- Mamãe posso pegar o meu iogurte que está na geladeira?
– o irmão de Caroline perguntou a mãe.
- Pode.
- Droga o irmão de Caroline! – Bonnie falou assustada.
Saímos correndo até a porta dos fundos e felizmente
conseguimos sair a tempo.
Cena 2
POV Estefan
- Estão liberados por hoje. Amanhã dividiremos as equipes
para o trabalho do Dia dos Fundadores. – Alaric encerrou a aula.
Segurei a mão de Elena e saímos da sala de aula.
- Então, o que quer fazer hoje? – perguntei.
- Nós poderemos assistir a um filme depois da lição de
casa.
Beijei o alto da cabeça dela. Sentindo o cheiro delicioso
que emanava dela. Eu poderia ficar assim o resto da minha vida.
- Estefan! Podemos conversar um minuto?
Virei e vi que era Alaric. Ótimo, hoje eu desvendaria o
segredo dele.
- Sim. Um momento.
- O que será que ele quer? – Elena perguntou sem
entender.
- Não sei, mas é melhor eu ir lá saber. Que horas eu
apareço na sua casa?
- A hora que quiser.
Despedimo-nos com um selinho e depois ela foi embora.
Entrei na sala novamente e sentei em uma das carteiras.
Ele trancou a porta e sentou no birô.
- Pensou em minha proposta?
- Resolvi confiar em você. Não quero que me decepcione.
- Pode confiar em mim.
- Há alguns anos
atrás, eu namorava uma mulher chamada Ingrid. Eu a amava muito. Naquela época
morávamos em São Paulo. Ingrid tinha muitos amigos, inclusive o seu irmão.
- eu observava que ele estava bastante próximo dela. Eu
não gostava disso. Sempre alertava, mas ela não via maldade nele.
- Um dia cheguei em casa tarde. Ela não estava lá, então,
resolvi procura-la no nosso restaurante preferido. Quando cheguei lá,
encontrei-a morta e ele havia fugido logo depois.
- Fiquei desesperado. Eu queria vingança a qualquer
custo. Por falta de provas e testemunhas, a polícia encerrou o caso.
- Eu sinto muito. Passei por uma situação parecida. Sei
como se sente.
- Desde então. Eu vim seguindo os seus passos até que eu
o encontrei aqui.
- O que tem em mente?
- Quero coloca-lo na cadeia. Eu quero que ele confesse o
que fez, assim eu teria provas concretas e você pode me ajudar com isso.
- Posso, mas não vai ser fácil. Teria que esperar o
momento certo. Quando ele estiver de guarda baixa.
- Quero ter certeza que vai me ajudar.
- Vou ajudar. Mas terá que ter paciência.
- Terei toda.
Demos as mãos selando o acordo.
Cena 3
POV Elena
- Hoje a aula foi pesada. – comentei com
as meninas logo após o fim da aula de Educação física.
- Foi. Esse novo professor é meio maluco. – Bonnie
concordou.
- Quer carona para casa? – Meredith perguntou-me.
- Quero. Eu vou ao banheiro primeiro. Esperem-me na porta
da frente, logo estarei lá.
- Ok!
Elas saíram e eu entrei no banheiro. Lavei as mãos e
quando virei para o lado, tomei um susto ao ver Damon me observando.
- O que você está fazendo aqui? – perguntei ainda me
recuperando do susto.
- Quero falar com você.
Fiquei parada na frente dele. Sem tirar os olhos dos
deles.
- Não vai gritar? Nem desmaiar? – perguntou surpreso.
- Não vou desmaiar e por que eu deveria gritar?
Ele tocou os meus braços e me virou, abraçando-me por
trás.
- Eu podia fazer de você minha rainha. Tive muitas
companheiras, garotas jovens como você e mulheres que eram beldades. Mas você é
aquela que eu quero ter o meu lado, para dominar e ter o que quisermos, quando
quisermos. Seria assim tão ruim?
- Você e eu somos inimigos, Damon. Jamais seremos outra
coisa.
Ele me colocou de frente para ele novamente.
- Tem certeza? Eu sei que está procurando o seu diário.
Sei quem está com ele.
- É mesmo? Quem?
- Sem essa. Eu sei que sabe.
- Foi você quem roubou.
- Não me acuse. O plano todo foi de Caroline. Eu apenas
de uma mãozinha. Também se que quer ele para proteger o idiota do meu irmão de
alguma forma.
- Estefan não está envolvido nisso!
- Ah não está? Que estranho, ele sempre me parece
envolvido quando há problemas. Ele cria problemas. Agora, se ele saísse da
história...
- Se machucar Estefan de novo, eu farei com que lamente.
Vou encontrar uma maneira de você se arrepender, Damon. Estou falando sério!
- Entendo. Bom, então, terei de trabalhar em você, não é?
Fiz uma cara de nojo, sem respondê-lo.
- Eu a terei no final, sabe disso. Por bem ou por mal,
como dizem... Esta é uma ótima expressão... Você será minha antes que menos
esperar.
Estremeci com aquela frase. Calma! Eu não poderia deixar-me
abater.
- Ótimo. Você tem algum juízo. Tem razão em ter medo de
mim. Sou a coisa mais perigosa que encontrar na vida. Mas agora tenho uma
proposta de negócio para você.
- Uma proposta de negócio?
- Exatamente. Você tentou pegar o diário, mas não conseguiu.
E como você não quer o imbecil do meu irmão envolvido, ele não pode ajuda-la.
Mas eu posso e o farei.
- Vai me ajudar?
- É claro. Por um preço.
- Que... Preço?
- alguns minutos de seu tempo, Elena. Mas ou menos uma
hora comigo. A sós...
- Seu...
Levantei a mão para lhe dar uma boa surra, mas ele me
impediu.
- Eu a terei, por fim. Se você for fraca, vai admitir
isso a si mesma.
- Prefiro cortar a minha garganta.
- Uma ideia intrigante. Mas posso fazer isso de uma forma
mais agradável.
- Você é nojento, sabia? É de dar náuseas. Vou morrer
antes mesmo de ceder a você. Prefiro...
- Sua Tola! Se está ansiosa para encontrar a morte, posso
apresenta-la a você.
- Solte-me! Solte-me!
- Pense na minha proposta.
Ele me soltou e deu um beijo na minha bochecha. Nojento!
- Não preciso de você para nada.
Ele saiu e deixei-me cair no chão. Será mesmo real todo
esse pesadelo? Eu não vou ceder. Alguns segredos devem ser mantidos. Elas podem
talvez congelar seu sangue. Quando a verdade pode ser perigosa.
Sai do banheiro tentando esconder as lágrimas.
Cena 4
POV Jeremy
Dias depois...
Finalmente chegara o dia em que eu sairia desse centro.
Estava contando os dias para que isso acontecesse. Ainda bem que Anna estava ao
meu lado para aliviar a ansiedade.
-E Ai Jeremy? Pronto para voltar para casa? – Judith fez
a pergunta que vale um milhão.
- Não vejo a hora de entrar por aquela porta.
Descemos do carro e entramos em casa. Logo formos
recebidos com uma grande surpresa.
- Seja bem vindo! – Elena foi a primeira a me dar as boas
vindas.
- Nossa! – foi só o que eu consegui falar.
- Gostou? – Analu me perguntou enquanto se juntava a mim.
- Amei. Não precisava de tudo isso.
- Claro que precisava. Você sempre será bem vindo! –
contestou Judith.
- E nós te amamos. – declarou Analu.
Ela me beijou e todos aplaudiram. Ai como é bom estar em
casa!
Cena 5
POV Estefan
- Alô.
- Estefan, você não vem para a festa surpresa do Jeremy?
– Elena me perguntou ao telefone.
- Eu vou Elena, sério. Daqui uns 20 minutos eu estou ai.
Ok? Beijos.
Desci as escadas e encontrei Damon sentado no sofá
bebendo. Essa poderia ser uma boa oportunidade para pergunta-lo sobre Ingrid.
- Dando um fora na garota? Se você não for eu vou. –
provocou-me.
- Não seja engraçadinho. Sabe que eu não deixaria a Elena
principalmente com você por perto.
Ele riu e bebeu mais um gole da bebida.
- Você me faz lembrar de uma coisa. – comecei.
- Não me olha com essa cara. Se me passar mais uns
daqueles sermões chatos, eu corro para a festa do Jeremy.
- Quando esteve em São Paulo conheceu uma mulher chamada
Ingrid Padilha?
- Ingrid? Por que quer saber?
- Apenas me veio na memória, mas você a conheceu?
- Essa pergunta tem segundas intenções. A 1ª é: Você quer
pular a cerca e a 2ª: está me investigando.
- O que você faz ou deixa de fazer não me interessa.
Agora, eu vou ao encontro da única mulher da minha vida.
Sai sabendo que o havia deixado desconfiado. Tentaria
sondar ele melhor depois.
Dirigi até o local combinado para Alaric e eu nos
encontrarmos. Ao chegar lá, percebi que ele estava muito ansioso.
- E ai? Falou com ele?
- Falei, mas ele não lembra. O Damon teve muitas
mulheres. Quem sabe ele não fez o mesmo com elas?
- Cachorro! Ele tem que lembrar. Espera! E se eu lhe der
uma foto dela? Você poderia mostrar a ele, talvez possa clarear a mente dele.
Ele imediatamente tirou uma foto dela da carteira e me
deu.
- Temos que ser cautelosos. O Damon está ficando
desconfiado.
- Não está pensando em desistir.
- Não. Você tem a minha palavra.
Cena 6
POV Elena
Hoje, um dia como qualquer outro. O céu está tão azul que
poderia tirar o seu fôlego. E o que poderia desmoronar em um dia como hoje?
Eu estava caminhando até a minha sala de aula quando fui
interrompida por Elaine, a diretora da escola. Eu já sabia o que poderia
estragar o dia.
- Elena!
Virei em direção a ela sem vontade. Eu sabia o que ela
iria me propor.
- Poderíamos conversar um pouco?
- sim.
Formos até a diretoria e eu esperei a boba explodir em
minhas mãos.
- Elena, querida, Você sabe que estamos nos aproximando
da festa dos fundadores da escola e como é de costume, nós escolhemos uma aluna
do colégio para ser o “Espírito da escola”.
- Eu sei. A minha família faz parte do conselho.
- Esse é um dos motivos ao qual escolhemos você para esse
cargo. Você também fez muito pela escola esse ano. Sentíramo-nos honrados em
homenageá-la, claro se você aceitar.
- Eu aceito. Minha mãe ficaria muito orgulhosa. Ela
sonhava com isso para mim. – Essas palavras doeram para sair.
- Onde ela estiver, deve estar orgulhosa.
Eu não tive escolha, tive que aceitar. Estou presa a ela
e não poderia sair. Teria que enfrentar o que vier. Seja como for.
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