Cena 1
POV Elena
Estefan e eu formos ao refeitório em silêncio, apenas
ouvindo o que acontecia em volta. Eu ainda estava triste com o convite que
recebi hoje de manhã. Engraçado, pois eu sempre esperei por esse convite e
quando recebo fico chateada.
Andamos mais um pouco e vimos uma cena estranha. Vickie
andava em direção a Tyler e a Dick de maneira diferente.
- E ai. – cumprimentou Dick
- Oi Tyler.
Tudo começou com Tyler ficando meio confuso. Depois
Vickie pôs a mão em seu peito. Ele sorriu, mas havia algo de forçado nisso.
Vickie pôs a outra mão e subiu até tirar o casaco.
- Ei, Vickie, pega leve.
Ele tentou coloca-la de volta sem largar os livros ou
parecer preocupado demais. Não conseguiu. Os dedos de Vickie se esquivaram por
outro lado de sua camisa.
- Pare com isso. Não dá para você
faze-la parar?!
- Ei, Vickie, pare. Não faça isso. –
Dick tentou impedir.
De repente Vickie começou a tremer até
desmaiar. Tyler a segurou com força para ela não caísse no chão. As pessoas
começaram a se aproximar.
- Não a machuque! Cuidado! É
epilepsia! Só precisam deitá-la. – Alaric interviu.
Estefan correu e a tirou dos braços de
Tyler e a deitou no chão.
- Vickie calma. Está tudo bem. Agora
relaxe. – pediu Estefan.
Minutos depois ela acordou e começou a
gritar.
- É ele! Foi ele!
- O que aconteceu? – Bonnie perguntou
ao se aproximar de mim.
- Bom, ela ficou louca e tentou tirar
a roupa de Tyler.
- Ela devia está louca mesmo para
querer isso, não é?
Estefan voltou para o meu lado e me
abraçou. Todos observavam os professores levarem Vickie para o hospital.
- Epilepsia? – perguntei a Estefan.
- Não. Ela devia estar muito drogada.
Ela cheirava cocaína.
- Que estado deplorável. Ainda bem que
o Jeremy não está mais envolvido com isso.
Ele sorriu e formos para a nossa mesa.
Cena
2
POV
Elena
Uma
voz soou atrás de mim enquanto eu fazia as compras.
-
Já está comprando o molho de pimenta?
Virei
e vi que era Matt. Nossa que alívio!
-
Oi Matt. Sim, é o preferido de Roberto. Tia Judith está tentando fazer um
jantar de aniversário para ele do jeito que a mamãe fazia nas reuniões
familiares, lembra?
-
Como eu poderia esquecer?
Ele
sorriu. Era bom ouvir isso e era um som que eu não ouvia há tempos. Avancei
para o caixa, mas depois de pagar palas compras hesitei olhando para trás. Matt
estava parado perto da estante de revistas, aparentemente absorto, mas havia
algo na curva dos ombros que me fez querer ir até ele.
Enfiei
o dedo na revista dele e imediatamente me olhou.
-
O que vai fazer no jantar?
-
Vou precisar me virar esta noite. Minha mãe não está se sentindo tão calorosa
com o que aconteceu com a Vickie.
-
Como ela está?
-
Melhor.
Ele
olhou inseguro para frente e isso me fez acreditar que não estava nada bem.
-
Bonnie está esperando no carro, ela vai estar lá. Além dela só a família e
Roberto, é claro, ele deve estar lá agora.
-
Onde está Estefan e Meredith?
-
Estefan foi buscar o Zac na rodoviária e depois deve ficar com ele. Enquanto a
Meredith, Bom, ela está com a família dela. Visitando uns parentes ou algo
assim. Então, o que você acha de experimentar a culinária da tia Judith?
-
Pelos velhos tempos?
-
Pelos velhos amigos.
-
Como posso rejeitar um convite desses?
Sorri
e o acompanhei até o carro.
Pouco
depois, chegamos a minha casa. Formos recebidos por Judith que parecia bem
animada.
-
O jantar está quase pronto. Roberto chegou há alguns minutos. Por que não vão
direto para a sala de jantar? Ah, e pegue outra cadeira, Elena. Com Matt somos
nove.
-
Oito tia Judith. Você, Roberto, eu, Margareth, Jeremy, Analu, Matt e Bonnie.
-
Sim, querida, mas Roberto também trouxe um convidado. Eles já estão sentados conversando.
Formos
até a sala para conhecer o tal convidado e quando chegamos me decepcionei com
que era.
-
Roberto parabéns! – desejou Matt.
-
Obrigado Matt.
-
Ah! Elena. Esta é a Elena, a menina sobre a qual eu estava falando. Elena este
é Damon...
-
Salvatore. – completou Damon.
-
Ah sim. Damon e eu nos conhecemos em São Paulo há alguns anos atrás. Hoje eu o
encontrei na calçada da loja de conveniências. Como ele estava procurando algum
lugar para comer e eu o convidei a vir aqui para comemorar comigo. Damon, estes
são os amigos da Elena, Matt e Bonnie.
-
Oi. – Matt falou.
Bonnie
só o encarou e depois girou os olhos para mim.
Margareth
veio correndo com uma gatinha nos braços para mostrar a Matt.
-
Matt, quer ver a minha gatinha? Tia Judith disse que posso ficar com ela. O
nome dela vai ser Lacy.
-
Ela é uma gracinha. – elogiou Matt.
Sem
a menor cerimônia, peguei a gata dos braços de Margareth.
-
Vem Margareth, vamos mostrar a gatinha para o amigo do Roberto.
Enfiei
a bolinha peluda na cara de Damon. A gata saiu correndo assustada pela casa.
Margareth
abriu a boca para dar um gemido. Roberto tentava evitar isso, levando-a para
encontrar a gata. Bonnie estava com as costas para a parede, parecendo
desesperada. Analu e Jeremy correram para a sala de jantar para ver o que havia
acontecido. Matt e Judith, que olhava da cozinha, pareciam completamente
atarantados. Damon me olhou surpreso e ao mesmo tempo furioso. Era isso que eu
queria.
-
Acho que você não tem muito jeito com animais. – falei sarcástica.
É,
parece que hoje é o dia da caça!
Cena 3
POV Elena
Minutos
depois, o jantar já estava servido. Durante a refeição a conversa era variada,
mas nunca chegava ao fim.
Bonnie
passou a primeira metade da refeição telegrafando com os olhos diretamente para
mim. “O que eu faço?”. Respondi com um “nada”, ela aparentemente decidiria
deixar que o destino a levasse. Começou a comer, mas ainda observando.
-
A escola vai comemorar o Dia dos Fundadores na semana que vem. É um evento
muito importante para a nossa redondeza. Seria ótimo se você pudesse vir nesse
dia. – Convidou Tia Judith.
-
Gostaria muito.
-
Este ano, Elena tem um grande papel nele. Ela foi escolhida para representar o
Espirito da escola.
-
Deve estar orgulhosa.
-
Ah, nós estamos. Então, vai tentar vir, não é? – o que tia Judith pretendia?
-
Jeremy, você já sabe o que vai representar? – Graças a Deus Roberto mudou o
assunto.
-
Conversei com alguns colegas e eles me colocaram num grupo que representa os
civis da guerra.
-
Que ótimo Jeremy! Damon mais um motivo para vir. Você me falou uma vez que
tinha interesse no estudo sobre os civis.
-
Sim. É muito interessante.
Interrompi
o assunto, passando a manteiga num pãozinho fazendo um barulho enorme.
-
Soube de umas novidades sobre a Vickie? Lembra Damon, a menina que foi atacada?
– toquei no assunto, pois eu sabia que ele conhecia Vickie.
Antes
que Matt respondesse, Damon disse:
-
Receio não conhece-la.
-
Ah, eu sei que conhece. Mais ou menos da minha altura, olhos castanhos, cabelo
da mesma cor e ondulado... De qualquer modo, ela está piorando não é Matt?
-
Sim, ao que parece os médicos não conseguem entender. Mas para mim, isso não
passa de vícios em drogas.
-
É muito triste. Eu gostaria de poder ajudar. – lamentou Jeremy.
-
É muito difícil, Jeremy, a pessoa tem que querer a ajuda. – disse Analu.
-
Vamos mudar o assunto. – pediu Tia Judith.
Eu
mantinha os olhos fixos em Damon. Escute isso senhor Salvatore: Meu amor não
está livre para negociação. "Olá" não significa um convite aberto.
Você pode chamar isso como quiser, mas eu não estou brincando. Nós dois fazemos
parte da mesma história, não na mesma página. E eu vejo você em pé lá. Com
aquele olharzinho safado... Então, talvez, você deveria apenas tomar cuidado.
Certo, eu não fui idiota o bastante para dizer isso em voz alta, mas bem que eu
queria.
-
Pegue mais recheio. – ofereci-o.
-
Não, obrigado, mas vou querer um pouco mais disso. Adoro coisas picantes. – Eu
entendi o que ele queria. Essa foi uma indireta para mim.
Ele
ergueu uma colher de molho de pimenta a uma das velas para que a luz a
atravessasse. Eu desejei que ele se engasgasse com aquela comida!
Bonnie,
como os demais á mesa, olhou para a vela quando ele fez isso. Mas eu percebi
que o olhar da minha amiga era sem foco.
-
Eu estou com a programação. O 1ª dia será o baile dos fundadores. No dia
seguinte terá o jogo de futebol e a noite a escolha da miss. No terceiro dia
será o desfile pelas ruas da cidade. Todos os alunos deveram apresentar um
tema. As crianças do primário representaram uma peça sobre a história do
colégio. Mas a cerimonia termina com os alunos mais velhos. No domingo será a
missa. Elena, quantos alunos do último ano vão fazer a leitura?
-
Só três.
-
Morte. A morte está na casa. – Bonnie falou sem sentido algum. – A sua morte.
Sua morte a espera, Elena. Ela está...
Todos
olharam para Bonnie e eu tentei fazer algo.
-
Ela está bem? – perguntou Roberto.
-
Acho que sim. Deve ter sido uma espécie de ataque histérico. – Tentei explicar.
Bonnie
saiu do transe e olhou para nós espantada.
-
Por que todos estão me olhando assim?
-
Vamos voltar para o jantar. – pediu Roberto.
Fiquei
com medo do que Bonnie havia me dito. O que o futuro me reserva?
Cena 4
POV Elena
Fui
até a sala onde Jeremy e Damon conversavam e os interrompi.
-
Fora! – falei para Damon, sem qualquer cerimônia.
-
O que?
-
Elena, não está vendo que estamos conversando? – perguntou Jeremy.
-
Fora agora! Saia daqui! – falei enquanto o empurrava para a porta.
-
Não acha que um convidado merece um pouco mais de consideração? – perguntou o
cínico.
-
Vou contar a eles que você é um assassino.
-
Obrigado por me receber para o jantar! – Damon falou para Roberto que se
aproximava.
-
Não tem de que. Volte quando quiser.
- Não escute isso. – disse.
- Te vejo mais tarde. – Damon sussurrou para mim enquanto
saia.
- Tchau! – se despediu.
- Tchau! – responderam todos.
Ele foi embora e eu fui para a sala onde todos
conversavam.
- Mal educada você, hein?
- Não se meta Jeremy!
- E não vou mesmo. Analu? Quer uma
carona para casa?
- Quero. Parabéns Roberto. Tchau
gente!
Antes de observar eles saindo, Tia
Judith me chamava da cozinha. Fui até lá e comecei a ajuda-la com a louça.
- Mas aquele rapaz bonito, Damon,
pareceu gostar do jantar. Sabe de uma coisa, Elena? Ele parecia muito
interessado em você, apesar do modo como a senhorita estava agindo. – Droga só
me faltava essa! Tia Judith só poderia estar maluca! Será que ela não entende
que eu amo o Estefan?
- E dai?
- Bom, só pensei que você podia dar
uma chance a ele, só isso. Eu o achei muito agradável. O tipo de jovem que
gosto de ver por aqui.
- Tia Judith! Eu sempre vou amar
Estefan e eu nunca o deixarei!
Sai da cozinha furiosa. Será que todos
estão contra mim?
Cena
5
POV
Elena
Eu estava dormindo quando ouvi alguém entrar
no meu quarto. Eu estava com tanto sono que não me levantei. Devia ser Tia
Judith.
Depois senti algo quente e suave
tocando o meu rosto. Não, isso não era tia Judith. Abri os olhos e vi quem era.
- Eu avisei que viria. – Damon falou
com uma voz suave.
- Mas eu não escutei. – falei ficando
de pé.
- Sabia que você fica linda quando
está dormindo?
- Vai embora! Aqui não tem nada para
você.
- Enganou-se. Eu quero você. Alguns
minutos do seu tempo. Lembra?
- Eu não aceitei a sua proposta e nem
aceitarei.
- E você tem outro plano? Eu sei que
você não vai consegui. Teremos que dá adeus a Estefan.
- Eu não quero a sua ajuda.
- É mesmo.
Ele deu um passo pelo corredor e
colocou a mão na maçaneta da porta do quarto de Margareth.
- Você é quem sabe.
Entendi o recado. Não poderia deixar a
minha irmã pagar pelos meus atos.
- Tudo bem. Faça o que quiser, mas não
faça nada com a minha irmã.
Damon chegou bem perto de mim e me
empurrou contra a parede. Seus lábios roçaram os meus e antes que ele
explorasse mais... o interrompi empurrando a sua barriga.
- Eu não posso... Vai embora antes que
eu grite e acorde a todos.
- Eu vou, mais eu volto.
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