Cena 1
POV Elena.
Meredith e eu chegamos à casa de Bonnie para mais uma noite das garotas. Fomos recebidas pela dona e o cachorro que não parava de latir.
– Todos se foram! Nós temos a casa toda para nós até amanhã de tarde, quando minha família volta de viagem. Então sejam bem-vindas! – Bonnie nos recebeu com animação.
O cachorro saiu em disparada para o quintal.
– Não, Yangtze, fique dentro. – Gritou Bonnie. – Ah, ele está atrás do que agora?
– parece que é um corvo. – falou Meredith.
O corvo voou alto deixando o cachorro atordoado.
– Por um momento eu achei que ele estava vindo na nossa direção. – Observou Bonnie. – Mas deixem isso para lá. Vamos aproveitar a noite.
Entramos na casa e nos acomodamos. Fizemos o que sempre fazíamos de melhor nas noites das garotas, conversar e tomar um bom chocolate quente.
– Nós estamos em boa forma e claro, nós passamos tanto tempo imaginando as fantasias de todo mundo que nem pensamos nas nossas. – Lembrou Meredith.
– A minha é fácil. Eu vou ser uma sacerdotisa Druida. E eu só vou precisar de uma grinalda de flores de carvalho no meu cabelo e uma túnica branca. Maria e eu podemos costurar isso em uma noite. – planejou Bonnie.
– Eu acho que serei uma bruxa. Tudo que preciso é um vestido preto longo. E enquanto a você, Elena? – Perguntou Meredith.
– Bem, deveria ser um segredo, mas... Tia Judith me deixou ir a uma costureira. Eu achei uma foto de um vestido do século XIX em um dos meus livros e nós vamos copiá-lo. É seda. – demorei bem na última palavra.
– Soa lindo e caro. – suspirou Bonnie.
– Estou usando o meu próprio dinheiro do depósito dos meus pais. Eu só espero que Estefan goste dele. É uma surpresa para ele e... Bom, eu só espero que ele goste.
– O que Estefan vai ser? Ele está ajudando com a casa mal assombrada? – Perguntou Bonnie.
– Eu não sei. Ele não parece muito animado com o negócio todo do dia das bruxas.
– É difícil vê-lo todo enrolado em lençóis destruídos ou coberto com sangue falso como os outros caras. Ele parece... Bem digno demais para isso. – Observou Meredith.
– Eu sei exatamente o que ele pode ser. Ele mal terá que colocar uma fantasia. Olha, ele veio do estrangeiro, ele é meio pálido e tem aquele maravilhoso olhar taciturno... Coloque-o em um casaco e terá o perfeito conde Drácula! – Sugeriu Bonnie toda animada.
– Bem perguntarei a ele. – e eu sei que aceitaria qualquer coisa para me agradar.
– Falando no Estefan. Como vão as coisas? – Meredith mudou o assunto.
– Estão melhores agora. Tem horas que tudo é maravilhoso e então tem outras horas que... – não consegui terminar.
– Pensei que já tivessem superado isso. – Notou Meredith.
– Sim, mas ele ainda está preocupado com alguma coisa, eu queria saber o que é... Só um segundo.
Levantei e fui até a minha bolsa e peguei o meu diário e comecei a ler para elas.
– Eu escrevi um pouco disso ontem à noite quando não conseguia dormir. Isso diz melhor do que eu poderia dizer agora.
28 de outubro.
Querido Diário,
Eu me sinto horrível hoje. E eu tenho que dividir isso com alguém.
Algo está errado com o Estefan e eu. Há essa tristeza terrível dentro dele que eu não consigo alcançar e está nos separando. Eu não sei o que fazer.
Ontem quando ele estava me segurando eu senti algo suave e redondo debaixo de sua camisa, algo numa corrente. Eu perguntei a ele, provocando, se era algum presente de Caroline. E ele simplesmente congelou e não falava mais. Era como se ele estivesse há mil anos e seiscentos quilômetros. Seus olhos... Havia tanta dor que eu mal podia suportar.
Eu sinto como se Cecília ainda estivesse presente, ela o machucou terrivelmente no passado e ele nunca superou isso. Mas eu também acho que ele tem medo que eu descubra algum segredo. Se eu ao menos soubesse o que era, eu poderia provar para ele que pode confiar em mim. Que pode confiar não importa o que aconteça, até o final.
– Se eu ao menos soubesse...
– Se você ao menos soubesse o que? – repetiu Meredith seguindo o meu pensamento.
– Você pode. – falou Bonnie.
– Posso?
– Eu posso te mostrar um jeito de descobrir, Elena. Minha avó me ensinou um jeito de descobrir com quem você vai casar. Chama-se Ceia dos Tolos.
– Deixe-me adivinhar, um velho truque Druida. – Brincou Meredith.
– Eu nem sei quantos anos tem. Minha vó diz que sempre houve ceias dos tolos. De qualquer jeito, funciona. Minha mãe viu a imagem do meu pai quando ela tentou isso e um mês depois eles se casaram. É fácil, Elena, e o que você tem a perder?
– Eu não sei, mas olha você realmente não acredita...
– Está chamando a minha mãe de mentirosa? Ah, vamos lá, Elena, não custa nada tentar. Por que não?
– O que eu teria que fazer?
– É simples. Nós temos que aprontar tudo antes do badalar da meia noite...
Cena 2
POV Damon
O bom de estar em uma cidade pequena e o fato delas haverem muitos bares e eles estarem sempre abertos.
Eu estava vindo de um quando senti um cheiro de velas que vinham de uma casa próxima dali. Como sou muito curioso, fui até lá para verificar.
Aporta estava aberta e eu entrei sem cerimonias. Logo vi uma moça muito parecida com Elena em pé ao lado de uma cadeira. O relógio anunciou a meia noite e ela disse:
– Entre! Entre!
A vela se apagou e eu me aproximei dela.
– permita-me.
Ela abriu os olhos e se assustou quando me viu.
– Você! O que acha que está fazendo aqui?
Elena ficava linda quando estava irritada.
– Você sempre entra na casa das outras sem ser convidado?
– Mas você me pediu para entrar. Obrigado.
Sentei na cadeira e ela ficou ainda mais irritada.
– Eu não estava convidando você. O que você estava fazendo perambulando do lado de fora da casa de Bonnie?
– Isso me lembra um poema: “Elena, tua beleza é para mim/ como aquelas novas mecenas de outra ora/ Que suavemente, perfumando o mar... – provoquei-a ainda mais.
– Chega de brincadeiras Damon! Eu acho que é melhor você ir agora. Você não deveria estar aqui. Por favor.
Peguei a mão dela e beijei.
– Não... – ela não conseguia resistir a mim.
– Venha comigo? Está tudo bem.
Aproximei do rosto dela.
– Eu te disse para ir embora e falei sério. Caia fora, agora!
– Eu irei, por enquanto.
Beijei o alto da cabeça dela e sai em direção à porta, mas antes peguei o pequeno diário sem ela perceber.
Cena 3
POV Estefan.
Em meio aos outros sonhos veio àquele que sempre me deixava intrigado.
– Toscana, Itália, 1822 -
Eu estivera dormindo quando ela apareceu em meu aposento, movendo-se tão suavemente como uma visão ou um fantasma. Eu estivera dormindo sozinho...
Era noite antes do dia que ela nomeou. O dia em que iria anunciar sua escolha e ela veio a mim.
Uma mão branca abriu as cortinas ao redor da minha cama e me fez despertar do sono sentando em alarme. Quando eu vi o pálido cabelo dourado brilhando por sobre seus ombros, os olhos perdidos na sombra. Fiquei em silêncio com espanto.
Tentei falar, mas ela colocou dois dedos na minha boca.
– Silêncio! – pediu Katherine.
Ela deslizou para dentro dos lençóis indo para mais perto de mim. Eu a abracei com força quando entendi as reais intenções dela.
– Katherine. Nós... Eu posso esperar. Até que nos cassemos na igreja. Eu farei com que papai organize isso semana que vem. Isso não demora...
– Silêncio. Não quero esperar. Vamos nos casar mesmo... Só estamos adiantando as coisas.
Acariciei os cabelos dela até chegar aos ombros, fazendo descer o roupão que ela estava vestida.
– Deite-se meu amor. – pediu ela.
Eu estava convencido do que queria.
Eu a beijei e sentimos a sensação da nossa primeira noite de amor.
Cena 4
POV Elena.
Eu estava em cima de uma plataforma, ansiosa demais para pensar em mais alguma coisa.
– Não se mexa! É a última prova do seu vestido. Como vamos saber se há algo errado? – a costureira reclamou.
– Desculpe-me vai demorar muito?
– Só depende de você.
Ela apertou ainda mais o espartilho me deixando sem fôlego.
– Ai! É para respirar?
– Naquela época as mulheres usavam vestidos apertados, mas se você quiser eu...
– Não. Está bom assim.
Virei em direção a minha plateia para saber a opinião delas.
– E então, o que acham?
– Está perfeito. Não precisamos mudar nada. – falou tia Judith.
– Está linda! – elogiou Meredith.
– Está parecida mesmo com aquelas mulheres do século XIX.
– Obrigada, senhoritas. – falei imitando a voz de uma moça de época.
– Tomara que Estefan goste. – onde está a minha segurança?
– Claro que ele vai gostar! Você está linda. – Tia Judith me enalteceu.
– Bom, falando em Estefan, Tenho um encontro com ele agora. Não posso me atrasar. Tchau!
Sai apressada até a porta, mas fui interrompida pelos protestos das meninas.
– O vestido! – avisou Bonnie.
– Ou você quer que o Estefan te veja assim antes da festa? – completou Meredith.
– É mesmo. Onde eu estava com a cabeça?
Tirei o vestido ouvindo os risos delas.
Cena 5
POV Damon.
Eu lia um livro idiota só para me distrair quando fui interrompido por Zac.
– Por que voltou Damon? – Perguntas bobas não!
– Saudades da família.
– Sempre há um motivo.
– Por que quer saber?
– Escute aqui! Eu não quero que faça mal a mais ninguém.
Levantei e apertei o pescoço dele.
– Você não tem nada com a minha vida. Você sabe que eu posso acabar com a sua rapidinho.
– De desculpe Tê-lo incomodado.
Estefan chegou e eu soltei Zac.
– O que está acontecendo aqui?
– Estou levando um papinho com o nosso querido tio. É melhor eu ir, não estou afim de escutar conversinhas familiares.
Sai sem escutar o que eles falavam sobre mim.
Cena 6
POV Damon.
Fui até a casa de uma certa animadora, não que eu quisesse me divertir com ela, mas apenas faria uma boa ação.
Quando ela abriu a porta e me viu, quis fechar novamente eu intervi.
– O que é? Pensei que estivesse cansado de mim.
– Vim trazer um favorzinho para você.
Entreguei o diário para ela.
– O diário da Elena! – ela falou sem acreditar.
– Obrigada Damon, por ter lembrado de mim . – falei tentando imitar a voz dela.
– Obrigada, mas como conseguiu?
– Não interessa. Agora você pode colocar o seu plano em ação.
– Sim. Chegou à vez de destruir a Elena!
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