Cena 1
POV Elena
– É um belo pensamento. Eu esperei de primeira que talvez pudesse ter alguma explicação desse tipo. Que talvez fosse outra pessoa... Alguém como o meu irmão, mas se estivéssemos certeza... –Estefan analisou.
Estefan e eu conversávamos sobre o acontecido. Nós estávamos mais tranquilos, estaremos juntos e é isso que importa. Ninguém me tirava da cabeça que Damon foi o responsável pela morte de Tanner. Ele iria pagar caro por isso, o tempo o irá ensinar.
– Damon estava na festa. Ele conversou comigo antes... Estefan tem que entregá-lo a polícia, se não todos nós podemos ser a próxima vítima.
– Ele não vai fazer nada com você. Eu não vou deixar.
Abracei-o com força. Embora aquelas palavras fossem para me tranquilizar, elas me assustavam ainda mais. Damon vai fazer de tudo para derrotar Estefan. E isso me apavora.
Cena 2
POV Estefan.
A noite estava sombria, assim como a grande floresta. Decidi procurar Damon e por em pratos limpos todos os nossos problemas. Eu estava a caminho do esconderijo preferido dele. Lembro-me de quando éramos crianças, quando nos escondíamos do nosso pai em épocas de caçada. Eram bons tempos que não voltam mais.
Parei em frente a grande árvore e esperei, eu tinha certeza que ele estaria aqui.
– Então, vejo que ainda gosta desse lugar. Faz muito tempo irmão. – Comecei o diálogo.
– Não tanto quanto você acha irmão. Eu fiquei de olho em você com o passar dos anos. Foi muito divertido.
Damon surgiu entre as sombras.
– Tenha cuidado, Damon. Tenha muito cuidado. Hoje eu não estou com um humor tolerante.
– Sr. Estefan está irritadinho? Imagina, você está angustiado, presumo, por causa da minha pequena excursão no seu território. Eu só fiz isso por que queria ficar perto de você. Irmãos deveriam ficar por perto.
– Você matou hoje à noite e fez todos pensarem que fui eu.
– Tem certeza que não fez? Talvez fizemos juntos. Cuidado! Meu humor não está o mais tolerante hoje, tampouco. Eu só tive um professorzinho de história e você teve uma garota bonita.
– Fique longe dela, Damon. Eu sei que você esteve espiando-a, observando-a, mas não mais. Chegue perto dela de novo e irá se arrepender.
– Você sempre foi egoísta. Seu único problema. Não está disposto a dividir nada, está? Mas felizmente a adorável Elena é mais generosa. Ela não te contou sobre o nosso romancezinho ilícito? Houve uma vez que ela quase se jogou em mim.
– Isso é mentira!
– Ah, não, querido irmão. Eu nunca minto sobre nada relevante ou quero dizer irrelevante. De qualquer forma, sua linda donzela quase desmaiou nos meus braços. Eu acho que ela gosta de homens de preto.
A raiva me consumiu. Sem esperar, dei um soco nele.
– Você está enganado quanto a ela, sabe. Você acha que ela é amável e dócil como Cecília. Ela não é. Ela não é mesmo o seu tipo, meu santo irmão. Ela tem espirito e um fogo nela que você não saberia o que fazer. – continuou.
– E você saberia, creio.
– Ah, sim.
– Você está certo sobre uma coisa. Ela é forte o bastante para combatê-lo e agora que ela sabe o que você realmente é, ela irá. Tudo o que ela sente por você agora é nojo.
– Veremos. Mas eu me preocupo com você, irmãozinho. Você está parecendo fraco e mal nutrido. Ela é uma tentação não é?
Peguei Damon pelo pescoço, mas antes que eu pudesse fazer mais alguma coisa ele revidou com um chute.
– É por isso que você veio aqui? Para me torturar? – gritei.
– Eu fui misericordioso com você, irmão. Muitas vezes eu poderia tê-lo matado, mas eu sempre poupei a sua vida. Mas dessa vez é diferente. Eu estou avisando, Estefan, não confronte comigo. O que eu quero agora é a Elena e se você tentar me impedir de tê-la, eu te matarei.
– Elena não é sua!
Dei outro soco nele, mas fui empurrado contra arvore. Senti uma dor enorme na cabeça, meus olhos foram fechando contra a minha vontade. A última coisa que vi foi Damon me agredindo ainda mais.
Cena 3
POV Elena.
Desci as escadas apressada e fui à cozinha. Ao chegar lá encontrei Tia Judith sentada esperando.
– Onde está Margareth? – Perguntei.
– Fui deixá-la na escola. Você se atrasou hoje.
Fui até a geladeira e servi-me de um copo de suco de laranja.
– Elena, eu não estou satisfeita com o que fez ontem.
– Me desculpe. Não acontecerá mais, eu prometo.
Ela havia ficado chateada com a hora que cheguei ontem. Eu a machuquei, ela era minha responsável. O mínimo que eu deveria fazer era me desculpar.
– Eu não quero mais você saindo com o Estefan. Eu soube que ele está sendo acusado de ter assassinado o professor Tanner... Eu não quero você envolvida com isso.
Eu sei que ela estava preocupada comigo, mas aquilo é demais. Eu nunca deixarei o Estefan. Eu ficarei com ele, ela querendo ou não.
– O que? O Estefan é inocente. Ele jamais cometeria crime nenhum. Se é isso que você quer e é isso que não vai ter. Eu o amo e sempre vou ficar do lado dele.
A campainha tocou e eu corri até a porta sem esperar a resposta dela.
– Vamos, Bonnie.
– Mas, Elena...
Puxei Bonnie para o carro e saímos.
Cena 4
POV Elena.
Chegamos à escola e encontremos as portas fechadas e uma porção de alunos ao lado de fora.
– Olá, meninas! Hoje não haverá aula. – Meredith nos recebeu.
– Olá Meredith. – Bonnie eu falamos juntas.
– Você está bem? – Meredith falou ao ver a minha aparência nada agradável.
– Eu não sei. Meredith, você sabe o que aconteceu com o Estefan?
– Então, quer dizer que não sabe?
– Eles não o prenderam... Prenderam? – Eu já estava ficando assustada.
– Elena, é pior do que isso. Ele desapareceu. A polícia foi para a casa dele mais cedo e ele não estava lá. Eles vieram à escola também, mas ele não apareceu hoje. Eles disseram que acharam o carro dele abandonado na estrada na saída de Vila nova. Elena, eles acham que ele é culpado.
– Isso não é verdade. Ele é inocente!
– Eu sei que você pensa que ele é, Elena, mas por que outro motivo ele iria embora?
– Ele não iria. Ele não foi. Nunca teria ido embora por sua própria vontade.
– Você quer dizer que algo o forçou? Mas quem? Tyler não ousaria. – Bonnie entrou na conversa.
– O forçou ou algo pior. Deus o ajude se ele o machucou.
Sem mais, corri em direção ao carro em meio aos protestos delas.
– Elena Volte! –Bonnie gritou.
– Elena! – clamou Meredith.
Cena 5
POV Elena.
Cheguei à casa dos Salvatores e fui recebida por Damon. A minha vontade era de Colocá-lo contra a parede e interrogá-lo, mas tudo tem seu tempo.
– Damon.
Entrei sem cerimonias.
– Onde está Estefan?
– Que Estefan? – perguntou o cínico.
Dei um tapa nele com toda força da minha raiva.
– Não minta para mim. Eu sei que você matou o professor Tanner ontem à noite e agora Estefan desapareceu.
– Ele desapareceu?
– Você sabe! Eu estou te avisando, se você tiver machucado ele...
– Então o que? O que você vai fazer Elena? O que pode fazer contra mim?
– Te entregarei a polícia. Eu sei onde Estefan guarda as provas contra você. Eu farei isso pode acreditar em mim.
– Eu acredito em você. Você é muito boa para o meu irmão.
– Diga-me onde ele está!
– Meu irmão é um tolo. Ele acha que porque você parece com o jeito da Cecília que pode ser conduzida facilmente como ela. Mas ele está errado. Eu podia sentir sua raiva do outro lado da cidade. Eu posso sentir agora. Você tem força, Elena, mesmo como você é. Mas você pode ser muito mais...
– Eu não sei do que você está falando e o que isso tem haver com o Estefan?
– Você já tentou todas as outras coisas e nada a satisfez. Você é a garota que tem tudo, Mas sempre tem algo fora do seu alcance, algo que você precisa desesperadamente e que não pode ter. Isto é o que eu estou te oferecendo. Sentimentos que você nunca sentiu antes.
– Não!
– Por que não?
– Não preciso de você.
– Você será feliz como nunca antes. E nós vamos ficar juntos, você e eu.
Ele acariciou o meu rosto, me fazendo tremer com o seu toque. Tirei as mãos dele rapidamente.
– Eu já achei o que eu quero e com que eu quero ficar para sempre.
Cena 6
POV Meredith
Todos nós estávamos no enterro de Tanner, ouvindo a fala do padre que parecia se esforçar para dizer algo de bom sobre o defunto.
– Estamos aqui para velar e se despedir desse grande mestre que levou sabedoria a muitos jovens...
A minha preocupação com Elena já estava consumindo a minha mente.
– Onde está a Elena?
– Eu não sei. – Bonnie respondeu.
– Ela devia estar aqui.
– Todos estão aqui.
– Eu estou muito preocupada. Acho que devíamos procura-la.
– Sim, vamos. Espere apenas o Tanner ser enterrado.
Tomara que ela esteja bem...
Cena 7
POV Jeremy
Eu estava em um lado oposto do cemitério, olhando para o cigarro em minha mão. Fiquei pensando em que Analu havia me dito. Ela tem razão, talvez eu seja mesmo fraco em relação aos meus problemas.
– Se continuar assim você será o próximo a ir para o caixão.
Olhei para o lado e a vi. Ás vezes eu penso que ela é o meu anjo da guarda ou uma aparição, sei lá. Ela me fascina. Está sempre pronta para me ajudar.
– Você fala assim como se eu fosse um irresponsável. Aposto que se eu morresse agora, você morreria de rir.
– Você é tão absurdo. Se morresse agora eu ficaria muito triste.
– O que eu você faria se eu experimentasse algo?
– Depende do que seja...
Aproximei-me dela e a beijei devagar. Era simplesmente perfeito. Eu jamais sentira algo parecido, era como se ela fosse feita exclusivamente para mim.
Afastei-me e a observei. Ela sorria.
– Pensei que jamais faria isso.
Ela beijou-me novamente. Só que dessa vez mais intenso. Ela havia acendido uma chama em mim que estava apagada há muito tempo, a chama da esperança, a chama do amor...
– Por que me beijou? – ela perguntou como se fosse uma menina indefesa.
– Queria saber se era real.
– Pensou que eu fosse o que?
– Sei lá um fantasma, a mulher maravilha.
Ela riu e tocou o meu ombro.
– Você é um absurdo mesmo.
– Talvez eu seja.
– Posso te dar um conselho?
– Tenho medo de conselhos.
– Deixe as drogas. Sabe você não merece morrer, você merece ter um futuro melhor. Há muitas maneiras de esquecer os problemas.
– Como um beijo.
– Pode ser. Quanto maior o problema maior serão os beijos.
– Você faz parte do meu time.
– Ok, eu aceito namorar você. Me encontre as oito no Grill. Não se atrase.
Antes de sair ela me deu um beijo e saiu. Ela é muito apressada. Mal nos conhecemos já me comprometeu. Talvez seja mesmo bom investir nesse namoro, espero não me decepcionar. Vamos esperar os dados rolarem.
Cena 8
POV Elena.
– Não seja estupida como o meu irmão ou teria que trata-la da mesma forma.
– Diga-me onde ele está Damon.
– Nesse momento? Eu não sei. Você não pode parar de pensar sobre ele por um instante?
– Não!
– E esta é a sua resposta final, hoje? Esteja certa sobre jogar este jogo comigo, Elena, as consequências não são para se dar risadas.
– Eu estou certa. E você não pode me intimidar, Damon, ou você não notou? No momento em que Estefan me contou o que você foi, o que você fez, você perdeu qualquer poder que poderia ter sobre mim. Eu te odeio. Você me dá nojo e não existe nada que você possa fazer contra mim, nunca mais.
– Nada? Eu posso fazer qualquer coisa com você e com as pessoas que você ama. Você não tem ideia, Elena, do que eu posso fazer, mas você vai aprender.
– Não se atreva!
– Você perguntou mais cedo sobre o meu irmão. Não se incomode procurando por ele. Elena, eu o matei na noite passada.
– NÃO!
Aquilo foi como uma faca no meu coração. Saí desesperada dali. Eu só queria encontra-lo. As lágrimas escorriam pelo o meu rosto. A fraqueza me consumiu, a dor de perdê-lo era grande demais. Tropecei e cai no chão frio, desejei nunca mais levantar.
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