Cena 1
POV Elena
Ao entrar na sala pude ver o porquê do desespero todo. Aquela era uma situação horripilante.
– Ele está morto. – Bonnie repetiu mais uma vez. – Ah, Deus, o sangue é real ele está morto. Eu toquei nele, Elena, é ele está morto.
Os gritos de Bonnie chamou a atenção de todos na festa. Em menos de um minuto a sala ficava ainda mais cheia. Algumas ficaram assustadas com a cena e gritavam ainda mais alto.
– Acendam as luzes! Meredith, rápido, ligue para a polícia e chame uma ambulância! – ordenei.
As luzes foram acessas. Se a situação era horrível com parte das luzes fechadas, imaginem com as luzes acessas.
A imagem de Tanner morto entrou na minha mente e insistiu em não sair. Eu já havia visto os meus pais mortos, mas nada se comparava com aquilo. Fiquei estática e as lágrimas desceram pelo meu rosto.
– Fechem as portas! Não deixem ninguém sair até que a polícia chegue aqui. – Tyler pediu a todos.
– Você quer dizer... Você acha que alguém aqui fez isso? – Matt perguntou a Tyler.
– Alguém aqui fez isso, está certo. O sangue ainda está liquido, não deve ter acontecido há muito tempo. – Tyler falou enquanto observava o corpo de perto. – E veja a maneira que sua garganta foi cortada. O assassino deve ter feito isso com aquilo.
Ele apontou para uma faca grande no chão. Que estranho um assassino deixar a arma do crime no lugar da ação...
– Então, o assassino pode estar aqui agora. – Concluiu Caroline.
– E não é difícil adivinhar quem é. Alguém que odiava Tanner, que estava sempre se metendo em discursões com ele. Alguém que tem um histórico de violência. Pelo que sabemos é um psicopata e que veio para Vila Nova só para matar. – Deduziu Tyler.
Eu simplesmente não estava gostando do rumo das palavras dele. Aquilo não seria uma boa coisa.
– Tyler do que está falando? Você está louco!
– É o que diz a namorada dele, mas talvez ela seja um pouco parcial. – Exclamou Tyler.
Idiota. Ele não sabe simplesmente nada sobre a vida de Estefan pra acusá-lo. Eu não poderia deixar isso acontecer.
– E talvez você seja um pouco parcial, Tyler. – Ajudou Matt.
– Ah, é? Bem, por que não nos conta o que você sabe sobre o Salvatore? De onde ele vem? Onde está sua família? De onde ele conseguiu todo aquele dinheiro? Quem sabe alguma coisa sobre ele? – atacou Tyler.
Olhei em volta e as pessoas pareciam confusas, balançavam as suas cabeças com desconfiança.
– Eu escutei um rumor... – falou uma pessoa lá atrás.
– Isso é tudo que todos ouviram. Rumores! Ninguém sabe coisa alguma sobre ele. Mas tem algo que eu sei, os ataques em nossa região começaram na primeira semana de aula que foi a semana em que Estefan chegou.
– Isso é ridículo! – gritei.
– Escutem-me! Eu lhes digo outra coisa! Ele me atacou no cemitério e eu aposto que ele fez o mesmo com Vickie. – Tyler falou ainda mais alto.
– Mas onde ele está? – alguém perguntou.
– Ele ainda deve estar por aqui. Vamos achá-lo!
– Estefan não fez nada! Tyler, você não pode acusa-lo sem provas! – defendi-o.
– Onde ele está Elena? – perguntou Tyler.
– Eu não sei... – sussurrei.
– Ele ainda deve estar por aqui. Vamos, achem-no! - Ordenou Tyler.
Todos seguiram Tyler na loucura de procurar Estefan. Dirigi-me a Matt e falei baixinho.
– Por favor, Matt, somente você pode salvá-lo. Mesmo se você não acredite, por favor, simplesmente confie... Por favor... – pedi desesperada.
Ele segurou a minha mão e disse:
– Sim, eu acredito. Vou tirar o Estefan dessa.
Ele saiu sem destino certo. E eu fiquei contando apenas com a esperança que ainda me restava de Estefan a salvo.
Cena 2
POV Matt.
Depois de muito procurar e confesso que eu estava quase desistindo, eu o encontrei no vestiário com a cabeça baixa. Parecia triste e ao mesmo tempo confuso.
– Estefan, o que aconteceu?
Ele olhou para mim devagar. Aproximei-me e fiquei próximo a ele.
– Ei, você está bem? Calma.
A expressão dele era de choro. Ele não parecia bem.
– Sim, obrigado.
– Você pode me agradecer daqui a um minuto? Estefan, você tem que dar o fora daqui. Pode escutá-los? Eles estão atrás de você.
– Quem está atrás de mim? Por quê? – Agora ele parecia confuso. Ele era mesmo inocente.
– Todo mundo. Não importa. O que importa é que você tem que dar o fora antes que eles cheguem.
Ele parecia ainda mais confuso. Droga Matt! Você não sabe explicar nada!
– Houve outro ataque, dessa vez com o professor Tanner. Ele está morto. Estefan, eles acham que você fez isso.
– Eu sei que você não fez. Eles irão perceber isso também, quando puderem pensar de novo. Mas enquanto isso é melhor você ir embora.
– Embora... – ele repetiu como se estivesse analisando.
– Estefan...
– Matt, Elena está a salvo?
Depois que ele disse isso foi como se todas as duvidas que existissem dentro de mim sumissem. Ele estava completamente ferrado, mas mesmo assim ainda se preocupava com Elena. Ele a amava.
– Sim.
– Então, tome conta dela. Por favor.
– Estefan, do que está falando? Você é inocente isso tudo irá passar...
– Só tome conta dela Matt.
– Eu irei.
Ele foi embora e eu fiquei observando. Rezei para que ele não fizesse nenhuma besteira.
Cena 3
POV Elena
Eu estava parada o mais distante possível dos policiais. O medo tomava conta de mim. Matt aproximou-se de mim e disse:
– Estefan saiu daqui bem, mas ele me disse que era para tomar conta de você e eu quero que você fique aqui.
– Tomar conta de mim?
De repente um tremor passou pelo meu corpo. Estefan pretendia fazer algo ruim. Eu não poderia o deixar ir embora e me deixar sozinha, eu não aguentaria.
– Matt, eu preciso lavar as minhas mãos. Bonnie espalhou sangue em mim. Espere aqui, eu voltarei. – Inventei a desculpa mais esfarrapada do mundo. Teria de que servir, eu precisava sair urgente.
– É melhor você não ir.
– Voltarei logo.
Saí antes que ele dissesse alguma coisa.
Cena 4
POV Estefan.
Eu estava furioso. Como pude ter sido tão tolo? Eu não servia para esse lugar, ninguém gosta de mim. Eu deveria desaparecer.
Arremessei um vaso contra a parede, como se aquilo fosse resolver alguma coisa.
– Estupido!
– Tolo! Cego, detestável. Como eu pude ser tão estupido?
– Achar um lugar entre eles aqui? Ser aceito por eles? Eu devia estar louco se pensava que isso seria possível.
Quebrei as minhas coisas. Desarrumei tudo que eu via pela frente. Eu queria uma forma para a raiva de mim mesmo passasse.
Alguém bateu na porta e eu não estava com nenhuma vontade de abri-la.
– Estefan! Estefan sou eu.
A porta abriu-se e vi que era Elena. Ela parecia assustada com o que via.
– Estefan, eu tive que vir...
Ela repentinamente mudou de expressão, o seu olhar agora era de medo e dor. Eu não queria que ela me visse daquele jeito, mas era tarde. Esse era o meu lado fraco.
– Ah, Deus não! Por que fez isso?
Antes que eu a respondesse, ela virou de costas para ir embora. Ela estava com medo. Fui até ela e a impedi de sair.
– Elena, por favor, Por favor, não...
– Não me toque! – Ela falou de uma maneira ríspida.
– Calma, eu não vou lhe machucar. Eu te amo.
Olhamo-nos por longos minutos. Era como se eu pudesse ler os seus pensamentos, era como se forcemos um só.
Ela me abraçou com força, abaixando a guarda.
– Oh, Estefan.
– Venha.
Coloquei-a sentada em minha cama. Ela tremia bastante.
– Conte-me.
– O que precisa saber?
– Quem fez isso?
– Eu fiz.
Peguei um copo d’ água para ela e beijei o alto de sua cabeça.
– Conte-me sua verdadeira história. O que você me esconde.
Eu não poderia mais fugir. Teria que contá-la.
Cena 5
POV Estefan.
– Muita coisa você sabe. Antes, Damon e eu éramos muito amigos. Eu sempre senti que ele tinha ressentimento por mim. Primeiro, minha mãe morreu cedo, os médicos diziam que o câncer dela foi proveniente do meu nascimento. Damon a amava muito e eu sempre tive a sensação que ele me culpava. Depois ele sempre teve inveja de mim com Cecília.
Aquelas palavras me levavam para o meu passado obscuro. Elas doíam cada vez que saiam pela minha boca, mas elas precisavam ser ditas.
– Logo que ela faleceu, eu resolvi investigar a sua morte e o motivo ao qual Damon voltara para casa. Até hoje não tenho provas concretas sobre o incêndio, mas encontrei muitas sobre Damon.
– Descobri que ele foi acusado de estupros e um assassinato.
A expressão dela mudou novamente. Eu sabia que ela ficaria com medo por isso não queria contá-la.
– Você acha que ele foi o responsável pela morte da Cecília?
– Sim, mas não consegui provas para acusá-lo.
– Que monstro!
– Por isso que não te contei. Eu quero que saiba que eu não vou deixar que ele faça nada contra você e a mais ninguém.
– Então era isso que lhe preocupa.
– Não. Não era só isso.
– Conte-me.
– Você pode até achar que o que eu vou lhe contar é idiota, mas eu não estou contando mentiras.
– Eu acredito em você.
– Eu tenho sonhos que me assustam desde menino. Isso pode parecer banal, mas eu sofro muito com isso.
– Com o que você sonha?
– Sonho comigo, com Damon e uma moça em outra época.
– Aquela com que eu pareço?
– Sim. Ela se chama Katherine. Eu sonhava com ela antes de conhecê-la. Pierre e Fellipe a disputam...
– Eu não acredito muito, mas eu já ouvi relatos de pessoas que sonham com outras vidas. Você nunca procurou saber o que o seu significa?
– Não, nunca procurei saber. Na verdade eu tenho muito medo de isso acontecer conosco...
– Não vai acontecer. Eu te amo e nunca amarei mais ninguém.
Beijamo-nos por um longo tempo. Eu me sentia mais leve depois de ter contado tudo a ela, isso é realmente bom.
– Eu lamento muito pelo o que aconteceu hoje. – falei depois do beijo.
– Acho que eu sei quem foi o responsável.
– Quem?
– Damon!
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