POV Elizabeth Hilary
Ele me olhava assobrado ou talvez perturbado com o fato disso poder acontecer. Como se ele pudesse me arrancar dali com apenas um olhar.
– Isso não vai acontecer. – Cessou o constante silêncio.
– Não seja tão otimista, isso poderá acontecer a qualquer momento e nós precisamos nos acostumar com esse fato.
– HILARY. – Sua voz saiu mais como um grito. - Você é minha. Você não vai casar com aquele MALDITO. – Na sua voz havia raiva e um tremendo desespero.
– Você fala como se tudo pudesse ser resolvido com claras palavras. – Parei e respirei fundo. – Willian. Entenda... não é assim... não será assim tudo tão fácil. Eu estou inconformada com essa idéia. Eu não quero que isso nós separe, mas...
– HILARY NÃO. – Me interrompeu pegando minha mão. – Isso não vai acontecer. Nós vamos ficar juntos.
Eu queria muito acreditar em suas afirmações, mas elas saião apenas como palavras ocultas.
– Eu digo isso porque eu te amo. – Agora ele olhava diretamente nós meus olhos. – Eu te amo como nunca amei ninguém.
Eu o olhei da mesma forma. Eu precisava acreditar que ele está certo. O nosso amor não ia deixar isso acontecer. Pondo em conta o que iremos fazer em relação ao tremendo fato do meu noivado com Christian e tendo a esperança de que tudo irá dar certo, pois afinal lutaremos juntos e comemoraremos as nossas vitórias.
– Eu também te amo. – O beijei tirando-lhe dos seus devaneios.
O resto do dia foi como os outros. Era bom estar com William, mas a maior parte do tempo ele passou me animando com suas piadas extrovertidas. Embora a minha alegria logo fosse substituída por pensamentos pessimistas, eu ainda estava ao seu lado e isso me deixava em paz em relação a isso.
Estudei sua expressão que estava pensativa. Eu queria poder ajudá-lo, ou melhor, eu queria poder acabar com tudo isso. Mas há certas coisas na vida que nos impede, como pais que ficam no seu pé, dispostos a escolher um noivo para você e acabar com sua vida passando o resto dela ao lado de uma pessoa a quem não ama. Isso para mim é terrível, é como um pesadelo a qual não posso acorda.
Ele me olhou cessando o silêncio e meus totais devaneios.
– Hilary eu preciso ir. Para... – Notei ele esconder a palavra noivado. Eu entendia, ele simplesmente queria tirar os pensamentos tolos da minha estúpida mente e me convencer que ficaremos juntos em todas as circunstâncias. Eu estava completamente abismada com isso. E de qualquer maneira eu já sabia o motivo da sua ida. Ele teria que ter um tempo com sua família, facilitando, irmão.
Ele se aproximou para me dar um selinho, mas eu o puxei, tornando tudo mais demorado. Era muito ruim ter que deixá-lo, afinal, na maioria do tempo ele me animava e eu me sentia protegida e talvez até esquecesse meus problemas. Mas agora eu teria que voltar para a realidade, para minha dramática vida.
Ele passou suas mãos por minhas costas massageando e ainda me beijando. Eu senti algo diferente no seu beijo, como se esse fosse o ultimo, ele prendia ainda mais seus lábios aos meus. Me arrepiei com a idéia de isso acontecer , essa seria talvez a ultima coisa que eu não quisesse pensar. Enfim ele não seria meu amante, de forma alguma, eu seria totalmente fiel ao meu futuro marido.
Nos despedimos e ainda virei para dar uma ultima olhada a ele, sua expressão ainda havia constrangimento. Mais o que eu poderia fazer? Fugir com ele? Essa talvez não fosse uma péssima idéia.
POV Willian Robertson
As horas passaram rapidamente, já estava quase na hora da festa de noivado do meu irmão começar.
Me arrumei rapidamente com um terno preto e fui para o salão aonde a festa seria.
Ao chegar logo vi meu pai e Benjamin esperando educadamente os convidados. Que não eram poucos. Reconheci algumas jovens garotas as quais sonhavam em ficar comigo. E também autoridades e alguns amigos de Benjamin, os quais me conheciam e caíram na besteira desnecessária de casar cedo.
Os convidados já começavam a chegar e eu podia sentir a impaciência do meu pai e a felicidade do meu irmão, que estava com sorriso largo.
– Meus parabéns querido Benjamin, logo teremos jovens Bennet por toda parte. Já podemos imaginar isso. - Cumprimentou o banqueiro Mason Cartwright e em seguida sua família.
Meu irmão me deu uma breve olhada, como se quisesse dizer “Isso não tem a mínima possibilidade de acontecer”.
Logo entramos e as mesas foram cercadas por pessoas se sentando e conversando.
Sentei ao lado do meu irmão que estava nervoso e logo segui seu olhar que levava a Rasalie. Ela estava ao lado direito de sua mãe do outro lado da mesa. Como sempre muito bonita Rosalie estava com um coque no cabelo e seu vestido era vermelho vinho, cujo tecido se abria em uma saia rodada.
Ela deu uma breve olhada para Benjamin depois passou a me olhar. Eu apenas sorri e logo começaram a servir os pratos principais do jantar juntamente com vinho.
Olhei para meu irmão que ainda estava nervoso, ele passava as mãos no seu cabelo e ficava atento a quando terminassem a refeição.
Logo ele se levantou e deu uma breve olhada a Jonathan que o encarou orgulhoso e depois passou a me olhar, sorri encorajando-o.
Benjamin chamou a atenção de todos.
–Eu... Humm. – Limpou a garganta. - Tenho um anuncio a fazer. – Todos o encaravam, curiosos.
Ele foi até Rosalie e joelhou-se adiante dela.
– Quero pedir-lhes a sua mão em casamento. Poderá me dar essa honra? – Ela sorriu um pouco desanimada.
– Sim. – Ele pegou a caixinha no seu bolso e colocou no dedo dela.
Repentinamente minha visão começou a ficar embasada. Pisquei instantaneamente mais ela estava estranha. Pude me ver ajoelhado no lugar do meu irmão e no lugar de Rosalie pude ver Hilary. Era completamente estranho. Nós sorriamos e eu me aproximava colocando a aliança em seu delicado dedo.
Pisquei duas vezes e tudo voltou ao normal. Fiquei perplexo tudo parecia tão real eu não queria que isso tivesse parado. Eu não era capais de imaginar isso, mas no momento era tão extraordinariamente real que me senti envolvido, como se estivesse acontecendo nesse momento.
Ouvi barulho de taças sendo brindadas e logo todos começavam a cumprimentar os futuros noivos.
– Parabéns irmão! – Bati em suas costas.
– Eu me sinto o homem mais feliz. – Sorriu.
Rosalie me olhou e depois disfarçou abaixando a cabeça e apertando a mão de Benjamin.
Todos já estavam dançando, isso é típico dos bailes daqui, dança após o jantar.
Fiquei observando atentamente os movimentos da típica dança e depois me perdi em pensamentos.
Senti alguém tocar meu ombro.
– Willian! – Chamou Rosalie alongando meu nome delicadamente. - É uma pena. O irmão mais velho não ter uma companheira. – Pausou com um sorriso atravessando seu rosto.
– Eu simplesmente acho que as mulheres preferem os homens mais moços. – Ela passou seu quadril no meu, saindo.
– Eu acho que você está errada ainda que sejam mais velhos, não deixam de ser mais experientes. – Ela se virou novamente, com um olhar sedutor. Era essa a sua intenção.
Fomos interrompidos por Benjamin.
– Rosalie, gostaria muito que voltássemos a dançar. – Ele sorriu para mim e voltou sua atenção a ela.
– Ah sim, com certeza. MEU amado esposo.
Eles foram se afastando e não deixei de ouvir meu irmão sussurrar no ouvido dela.
– Me desculpe atrapalhar, talvez você quisesse dançar com meu irmão. – Ela queria mais era me seduzir. Coitado de Benjamin, tão ingênuo.
– Ah não, Benjamin. Os irmãos mais moços dançam melhor. – Sorri torno.
Eu não estava dando a mínima para ela. Enfim eu não seria o amante da mulher do meu próprio irmão.
POV Elizabeth Hilary
Caminhei lentamente pelo jardim da frente da mansão, passando a mão nas rosas e as cheirando constantemente.
– Uma festa? – Ouvi dois criados conversarem.
– Sim. Já imaginou? Finalmente os dois inimigos numa mesma festa.
O que? Será que eu estava ouvindo bem? Esses inimigos seriam meu pai e Jonathan? Me enchi de curiosidades e me aproximei dos dois.
– O que estavam falando mesmo? – Eles ficaram assustados ao me verem.
– Nada.
– É nada. Estávamos falando sobre o longo trabalho que teremos para limpar a lavoura. – Esconderam.
– Ahh, mas acho que não estavam falando sobre isso. Estão animados para alguma festa? – Fiz um biquinho para convencê-los a me contar.
Um dos criados bateu o braço do outro, chamando-o a atenção.
– A estávamos falando da festa que seu pai vai fazer. E contará com a presença do Sr. Jonathan Bennet. – Entregou um dos criados, que me olhava como se eu fosse uma paisagem.
– É mesmo? Eu não sabia disso. Obrigada por me informar. – Sorri e vi o outro criado bater a mão na cabeça do qual me informou.
– Me desculpe senhorita. – O mesmo se ergueu tirando o chapéu velho e me cumprimentando. E logo os dois saíram.
Seria mesmo verdade? Meu pai iria realmente fazer as pazes com Jonathan? Ou era apenas fuxico dos criados? Se isso realmente acontecer, eu ficaria muito feliz, seria a primeira vez que meu pai me ouviria. Talvez não só eu ficaria feliz como também Willian. Finalmente poderíamos ficar juntos. Mais do que já estamos. Será que agora eu poderei ser feliz? Ou ainda serei obrigada a fazer a felicidade dos meus pais?
Entrei em casa sem intenção alguma, quando vi minha mãe lendo um livro velho. Me aproximei sentando ao seu lado.
– O que está lendo? – Perguntei acabando com o constante silêncio.
– Oi querida. Estou muito entretida nesse livro velho de receitas. – Ela fechou o livro colocando na mesinha ao lado.
Resolvi acabar com minhas duvidas e perguntar tudo a ela. Eu estava bastante curiosa. Com certeza independentemente da resposta eu teria que me acostumar com o que seria.
– Mãe é verdade que terá uma festa? – Ela passou a me olhar.
– Ah sim, eu me esqueci de lhe falar. – Pausou tentando respirar, mas falhou.
– Seu pai quer fazer festa de união é formação de duas lideranças ao conselho. – Ela sorriu de leve. - Querida você não sabe o quanto estou feliz por isso. Agora teremos paz e nada mais de disputas e intrigas.
– Isso é muito bom, ou melhor, é maravilhoso. – Sorri.
As perguntas ainda passavam por minha cabeça. Mais eu estava muito feliz, por minha mãe, minha irmã, Willian e sua família. Era realmente bom sentir a paz que agora transbordava ao nosso redor. Talvez eu ainda pudesse sentir duvidas que isso realmente fosse acontecer, mas eu iria pensar positivo.
– Quando será a festa? – Perguntei curiosa.
– Nós ainda não sabemos, mas talvez aconteça em dois dias.
Fomos interrompidas por Margareth mostrando algo a minha mãe.
– Mãe olha a trança que Marie fez em mim. – Ela batia palmas e sorria animada.
– Oh Margareth, é muito linda!Marie está de parabéns. – Elogiou e voltou sua atenção a mim.
Ao sair Margareth me deu uma breve olhada, o seu sorriso era amplo por todo o seu rosto que me dava vontade apertar suas bochechas.
Desde que soube que ela não era minha irmã de verdade, talvez eu a visse diferente. Mas eu sempre vou amá-la independentemente de tudo, ela sempre será aquele pequeno bebezinho que eu peguei quando pequena. E que ao decorrer do tempo ia crescendo e nós amando, sempre uma menina calma e bondosa que conquistava o coração de todos ao seu redor. Ainda não deixava de ser uma humana, como eu já havia sido, indefesa e completamente frágil. A qual sempre a apoiei, defendi, amei e protegi e isso não iria mudar. Talvez quando ela se transformasse em uma de nós, isso se tornaria diferente!?
POV Willian Robertson
– O que achou da festa? – Perguntou Benjamin vendo minha solidão.
– Foi péssima, terrível, mas estou feliz por você. – Cruzei as mãos no meu peito.
– Ahh Willian você terá que se acostumar. – Isso havia saído como uma ordem.
– Ahh irmãozinho, não se sinta tão autoritário, só porque agora está noivo. Lembrando que eu sou o mais velho.
Ele riu.
– Mas dessa festa talvez você poderá gostar. – Onde ele estava querendo chegar?
– Quais as suas intenções? – Fiz careta.
– Ainda não sabe? Nós teremos uma festa em dois dias. É tipo uma união dos dois lideres do conselho, ou seja, o papai e o Sr. Anthony.
– Não estou afim de brincadeiras. – Me retirei dali antes que ele continuasse com suas tagarelices.
– Espere Willian. – Me parou colocando a mão em meu ombro. – Não é uma brincadeira, teremos mesmo uma festa e finalmente teremos paz.
Fiquei surpreso com isso. A única coisa que pensei foi em Hilary. Ela estaria sabendo? Eu estava mais que feliz, por nós dois, ou melhor, por todos nós. Finalmente depois de tanto lutarmos conseguimos o que queríamos. O que eu mais queria agora era vê-la.
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