POV Elizabeth Hilary
Despedi-me dos convidados juntamente com os meus pais. Após o último sair me virei indo ao meu quarto, não queria comentários sobre a festa.
– Elizabeth. – Chamou minha mãe.
– Sim. – Me virei para fita-la, ela me parecia cansada mais ainda curiosa.
– O que achou da festa? – A festa não foi nada comovente. Ver aquelas pessoas luxuosas todas dançando em um movimento lento e homens me observando a todo o momento, não era nada animador. E mesmo sabendo que nenhum deles me atraia eu ainda teria que escolher um.
– Foi legal. – Tentei encurtar o assunto e no máximo não ofende-la.
– Isso não me parece convincente. – O que ela quer que eu diga? Que foi a festa mais animada e mais perfeita de todas? O que poderia ser ao contrario.
– E o que achou de Christian Rivers? – Continuou fazendo perguntas.
– Ele e bonito e simpático, mas...
Me pai se intrometeu na conversa como se a estivesse escutando desde inicio, e também como se estivesse curioso tanto quanto minha mãe com minhas respostas.
– Mas? Ele é um noivo perfeito para você. É de uma boa família. – Ele parou, talvez pensando. - Você é sortuda, a família Rivers e rica em muitas propriedades, e não só isso.
– Sabem que isso não importa a mínima para mim, eu só quero aquém que me ame e que eu possa amá-lo também da mesma forma.
– Está dizendo que o Sr. Christian não é um homem comprometedor? – Falou me entendendo errado.
– Não, eu não quero dizer isso. É apenas quero conhecer alguém que me apaixone. Não por interesse, mas o que ele tem por dentro, isso sim me atrai. – Ele se aproximou de mim segurando meu rosto.
– Veja. Ele tem mais de 10 propriedades, não só aqui, mas em outras cidades do interior e na capital. Tente imaginar nas riquezas que isso vai nos trazer. Poderemos estender nosso território, e com a fama poderei ser o chefe do conselho ou muito mais. – Comecei a me irritar com aquelas palavras de egoísmo. Será que apenas em um minuto ele não poderia pensar em mim? Na minha felicidade?
– Boa Noite. – Não tinha nada a dizer, mas muito a evitar.
Fui para o meu quarto, dando uma breve olhada aos meus pais que estavam ficando para trás.
Pude ver a maneira agressiva que meu pai olhou para minha mãe, e isso não é uma boa coisa.
Entrei no meu quarto me sentando na minha cama, começando a pensar no futuro que com certeza seria escolhido por meus pais a mim.
Com toda certeza eles vão me obrigar a casar com Christian Rivers. E para minha tristeza e má sorte, terei que aceitar.
Meu pai vai querer marcar a data do casamento o mais rápido possível, para que o Sr. Jonathan não tome o lugar que ele acha que é dele no conselho, a chefia. E assim me cassarei com Christian.
E esse talvez seja o meu horrível, dramático e não sonhado, futuro.
– Elizabeth. – Chamou Marie.
– Sim. Marie? Estou aqui. – Ela se aproximou de mim se sentando ao meu lado.
– Você parece triste. – Observou.
– Você acha? – De certa forma ela não estava errada.
– Com certeza. O seu olhar me parece diferente dos outros dias. Você acordava com um lindo sorriso no rosto e seus olhos ficavam mais claros e até brilhando. E agora o que vejo é tristeza e talvez preocupação. – Uma lagrima desceu lentamente no meu rosto e senti-a limpar com um lencinho branco bordado, que depois ela me deu.
– Eu estou cheia de interrogações, poderia tirá-las? – Balancei a cabeça.
– Você não gostou de rapaz que estava dançando, não é?
– Não que eu não tenha gostado... – Expliquei tudo a ela.
– Como chama aquele outro rapaz que estava com você na saída do salão?
– Willian. Por quê? – Tremi com sua desconfiança.
– Nada, só acho que vocês estavam totalmente felizes em se verem. E isso me deixou radiante, vocês combinam. – Ela tapou a boca. – O que eu estou falando? Vocês só são amigos, e só estavam felizes pela constante visita. Prometo não falar mais nada.
– Não, só me sinto diferente quando estou com ele, é como se essa pessoa que eu sou agora não existisse no momento. Não que eu tente ser diferente na frente dele. Só não consigo entender isso. – Ela sorriu. Mas não entendi a sua expressão.
Pensei um pouco e ela apenas observava a minha reação. Será que eu deveria contar a ela?
Ela se levantou indo à grande porta de vidro da varanda.
– Marie? – Chamei.
– Sim, querida. – Respondeu, voltando a me olhar.
– Eu queria muito lhe contar uma coisa...
– Conte.
– Promete não contar aos meus pais? – Será que eu poderia confiar nela? Que besteira a minha, Marie é a pessoa que mais confiei até mais que minha mãe. Ela nunca me decepcionou sempre me apoiou. Com certeza eu poderia confiar nela.
– Pode confiar em mim querida.
– Aquele homem a quem eu estava conversando, o Willian. Ele estava ali me protegendo.
– O que? – Ela se espantou. O seu olhar era de preocupação.
POV Willian Robertson
Dei uma ultima olhada para ela e fui salva-la.
Fui onde estavam os seguranças. Tirei um saquinho com verbena e obriguei-os a colocarem no bolso. – Assim meu pai não ira poder hipnotizando-los e também eles não iram deixá-lo entrar.
Torci para que ele ainda não estivesse vindo, assim não ira acabar com meus planos.
Fui para casa, satisfeito. Tinha salvado a vida de uma pessoa, a primeira que liguei a salvar. Não entendi por que fiz isso, antes eu era o galanteador e agora eu sou o salva vidas.
– DROGA. – Gritava meu pai, derrubando as coisas da pequena mesa de canto no chão.
– O que é isso? – Perguntei já sabendo a resposta. Tentei disfarçar a minha grande vontade de rir.
– Ele está sim desde alguns minutos. – Benjamin respondeu.
– Acame-se, pai. – Vi ele pegar uma taça e tacar na parede de trás do meu irmão, que se abaixou.
– Como me acalmar? Eu não consegui o que eu queria. Aquele DISGRASADO, eu vou acabar com ele. – Ele pegou outra taça, mas dessa vez aperto-a com força que ela se quebrou em sua mão.
– Assim você vai quebrar a mansão toda. – Lembrei.
– Willian. – Chamou Benjamin fazendo careta.
POV Elizabeth Hilary
– Você estava em perigo ou algo assim? – perguntou Marie.
– Mais ou menos isso. Vou lhe contar do começo. – Parei, respirando fundo. – Conheci Willian no campo quando me descontrolei e Penélope me derrubou. Ele apenas me ajudou. E depois daí ficamos amigos até eu descobrir que ele é filho do Sr. Jonathan, o inimigo do papai.
– Como? Como isso pode ter acontecido?
– Sim, juntos estamos tentando unir nossos pais para que não ocorra nenhuma violência ou morte.
Fiquei feliz em contar isso a alguém e não apenas em um diário. Pelo menos agora eu teria alguém para me apoiar e me dar idéias.
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