POV Elizabeth Hilary
– Bom dia, Alfred! – Cumprimentei ao chegar ao estábulo.
– Bom dia! Mas não estava com raiva de mim?
– Simplesmente você tem sorte de minha raiva passar rápido. – Eu confesso que me esqueci disso. Nunca tinha guardado rancor de ninguém e sempre que guardava raiva, passava rapidamente.
– Você parece feliz hoje. – Observou.
– Estou liberada do castigo e isso me deixa feliz. – Eu não entendo direito a minha felicidade. Seria porque iria encontrar Willian?
– O que deseja? – Perguntou.
Apontei para Penélope, indo a sua direção.
– Bom dia Penélope! Estava com saudades. – Acariciei o seu pelo e ela bufou, talvez feliz em me ver.
– Srta. Elizabeth, as rédeas. – Falou me entregando.
– Obrigada. – Sorri.
Coloquei as rédeas em Penélope e logo em seguida montei, indo na direção do campo. Não demorando muito para chegar.
Fiquei surpresa ao ver Willian sentado na grama sorrindo para mim.
– Que bom que venho. Bom dia Hilary! - Pude ver o meu chapéu ao seu lado na grama.
Ele me entregou e em seguida deu uma batidinha na grama me pedindo para sentar ao seu lado, me sentei afastando um pouco.
– Obrigada. O quer comigo? – Perguntei tentando olhá-lo fixamente.
– É a minha vez de fazer perguntas, lembra? – Fiz uma careta e ele riu alto.
– Então seja breve. – pedi.
– Por que não venho ao encontro?
– Eu estou aqui. – Nossa nunca pensava que ele iria me perguntar isso. Lembrei das palavras de Benjamin.
“Ele estava um pouco chateado, talvez porque você não foi para o encontro...”
– Digo ao encontro passado. Mas tudo bem se considera isso um encontro. – Gelei. Teria mesmo que responder?
– Pensei que já havia lhe dito. Não fui por problemas familiares.
– Seja mais clara.
– Ungh. – Grunhi começando a me irritar. – Não fui porque estava de castigo. – Ele começou a rir. De qualquer forma eu já sabia qual seria sua reação. Fiz careta novamente.
– Se venho para cá para mangar de mim, me diga, pois não suporto isso. – Olhei para ele irritada e ele parou de rir.
– Não vá embora, eu quero lhe mostrar um lugar. – Ele se levantou pegando minha mão me ajudando a levantar.
– Sem muita intimidade, por favor. – Tentei puxar minha mão de volta.
– Nós somos amigos, Hilary. – Ele me puxou mais para o seu lado, nos fazendo andar mais próximos.
Começamos a correr. Quando ele parou e colocou sua mão na minha cintura, me puxando.
– Apenas de mãos dadas, isso já basta. – Reclamei, tirando sua mão da minha cintura.
– Feche os olhos.
– Por quê? – Quando não os fechei ele mesmo tentou fechar colocando sua mão.
Ele me virou e agora com mais atenção pude ouvir o barulho de uma cachoeira.
Ao tirar sua mão dos meus olhos pude ver, era um riu com uma pequena cachoeira. Eu podia ouvir o barulho das suas águas batendo nas pedras. Era simplesmente lindo.
– É lindo! – Ele me levou mais para perto, me ajudando com as grandes pedras escorregadias.
– Vinha aqui quando era pequeno.
– É tudo muito lindo, mas por que me trouxe aqui?
– Não seria um encontro se ficássemos todo tempo naquele campo. – Ele começou a lavar o seu rosto com águas azuis do rio.
– Conseguiu falar com o seu pai? – perguntei, observando-o.
– Sim.
– E o que ele disse?
– Não deu certo. Ainda tenho muito a tentar. E você?
– Falarei com ele hoje. – Me sentia mais a vontade quando ele não me olhava.
Continuei observando-lhe, quando ele tirou o seu paletó de Linho e pulou no riu jogando água em mim.
– Ei! – Reclamei. Ele nadou se afastando de mim.
Me ajoelhei nas pedras colocando minhas mãos na água.
Podia sentir seus olhos me fitando. Vi que ele estava vindo em minha direção, então me levantei rapidamente. Não estava a fim de me molhar.
– Poderia me ajudar a sair. – Pediu, esticando as mãos molhadas para que eu o ajudasse.
Ao pegar suas mãos ele me puxou com ele para dentro do rio.
– SEU IDIOTA– Reclamei irritada, batendo nas águas lhe molhando. - Agora eu estou toda molhada.
– Não seja por isso, eu também estou. – Tentei encostar meus pés nas pedras profundas, mas era muito fundo.
Tentei sair, mas ele puxou meu braço, e logo comecei a sentir seus lábios nos meus.
Tentei puxar, mas ele prendeu seus lábios ainda mais nos meus. Podia sentir sua respiração soprando em meu rosto.
Usei toda minha força, batendo no seu rosto e afastando-o de mim.
– Ai, Hilary. – Reclamou, colocando sua mão na parte em que bati.
Sai das águas sem nenhum esforço.
– Vamos lá Hilary, você gostou.
– Seu idiota eu não lhe ordenei a me beijar. – Comecei a torcer as pontas do meu vestido, que estava encharcado e mais pesado do que já era.
– De qualquer forma parecia que eu esta beijando uma pedra.
– Pois finja que estava. – Me virei saindo rapidamente daquele lugar.
– Espere, Hilary. – Chamou. Ignorei continuando a andar.
– Não venha com essa, seu imbecil.
Ele me pegou me segurando em seus braços.
– Me solta, antes que eu faça loucuras. – Ordenei ainda mais brava.
– Calma Hilary. Desculpa-me por beijá-la e tudo mais.
POV Willian Robertson
Ela parou me observando, ainda em meus braços. O seu olhar ainda havia raiva. Mas de todas as formas eu estava feliz por ter beijado-a. Mas por algum motivo comecei a sentir que não queria só isso. Eu não entendo por que. Será que eu a queria na minha vida e nos meus braços como minha?
POV Elizabeth Hilary
Eu poderia desculpá-lo?Isso não me parecia tão dramático. Comecei observar cada detalhe do seu rosto perfeito, me perdendo profundamente. Eu estava em seus braços, isso não é conveniente.
Comecei a bater no seu peito com força, mas ele ignorou e só o que fez foi me observar. Aqueles lindos olhos azuis me encantavam pareciam muito com a cor das águas que a cachoeira despenhava no rio, mas era simplesmente mais perfeito.
Ele começou a se aproximar do meu rosto, os nossos olhos estavam grudados um no do outro.
A cada segundo que passava sentia mais a sua aproximação. Não podia deixar isso acontecer, nós somos amigos e isso de certa forma vai acabar atrapalhando nossos objetivos.
Afastei o meu rosto rapidamente.
– Poderia me soltar agora. – Pedi tentando ser educada.
Ele percebeu que eu ainda estava nos seus braços e me colocou de pé no chão gentilmente.
– Hilary, me perdoe eu não pensei nas consequências que iriam lhe trazer. – Ele me parecia realmente arrependido, mas eu podia observar que mesmo com seus arrependimentos havia felicidade nos seus olhos e na sua expressão.
– Eu te perdoou, mas também preciso que me desculpe. Eu não queria mesmo bater no seu rosto, é que na hora eu não senti mais nada a não ser raiva.
– Por minha parte está desculpada. Mas ainda precisamos nos encontrar, precisamos pensar em idéias para unir nossos pais.
– Eu entendo. Mas você vai me prometer que vai se comportar. – Tentei estudar mais as suas expressões.
Nós estávamos a caminho de volta para o campo. Ele andava pensativo ao meu lado, seria decepcionado comigo? Ele queria algo mais além de amizade? Isso tudo eu não conseguia entender. E o pior de tudo é que eu também não conseguia me entender. Eu só pensava nele e nos problemas que teríamos que resolver juntos. JUNTOS, essa palavra simplesmente me toca.
– Eu irei me comportar. – Falou depois de uma grande pausa. – Só lhe beijarei se você me pedir. Mas também vai me prometer que vai vir, por que se não a promessa estará desfeita.
– Isso não vai acontecer. Sem beijos, e eu estarei aqui.
Despedimos-nos rapidamente, por minha parte estava apressada. Já um pouco distante olhei para trás, ele estava com um lindo sorriso nos lábios, o sorriso que eu podia admitir que gostava, o que sempre me deixava sem jeito.
Continuei seguindo ao caminho de casa. Torcendo de todas as formas que ninguém me visse.
Capítulo 6 ➢
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