POV Elizabeth Hilary
Não senti as horas passarem. Eu estava no meu quarto, pensativa.
Por que ele fez isso? O que ele quer mais de mim? Não acredito que eu gostei do beijo, agora eu não paro de pensar nisso.
Coloquei meu dedo nos meus lábios, acariciando. O que estar acontecendo comigo?
Percebi a luz da lua clareando meu rosto e parte do quarto. Foi ai que percebi que as horas tinham passado e que tinha muitas coisas a fazer.
Me vesti o mais rápido possível e fui ao escritório do meu pai, ele poderia estar lá.
– Pai? – perguntei procurando-o.
Eu percebi que ele estava sentado na longa cadeira de couro atrás da longa mesa com livros de todos os lados.
– Elizabeth? O que faz aqui? – Admirou-se. Eu nunca entrei muito naquele lugar, ele não me parecia muito familiar.
– Lembra da conversa que queria ter com você? – Ele me olhou, parecendo se lembrar.
– Sim. Poderemos conversar agora, venha! – Ele se levantou puxando a cadeira ao seu lado, para que eu sentasse.
– Eu sei que eu não tenho nada haver com isso, mas peço que me entenda.
– Que seja o mais breve possível. – falou me encarando.
Senti o nervosismo me dominar.
– Peço, por favor, não invadam a propriedade dos Bennet. Eu aprendi que devemos conversar e se entender e não simplesmente buscar a violência. – Me lembrei das explicações que ele me dava para me confortar quando ainda era pequena. Peguei um livro na sua mesa e comecei a bisbilhotá-lo, tentando disfarçar a meu nervosismo.
– Querida, eu não quero brigar com você, e de certa forma você também não.
– Mas pai, pense bem as conseqüências que isso pode nos trazer. – Implorei.
Ele colocou suas mãos nas minhas bochechas, levantando meu rosto.
– Talvez isso seja o certo a fazer, derrotar ele e acabar com tudo isso.
– Não pense assim. – Pedi. - E a família dele? Eles não merecem isso. Eu sei que ele é seu inimigo, mas você não pode simplesmente perdoar? Essa é a melhor forma de acabar com isso.
Ele tirou suas mãos do meu rosto, me deixando livre do seu olhar.
– Mas eu não vou aguentar o que ele está fazendo.
– Pai, por favor, acredita em mim. – Logo vi que a conversa não tinha mais jeito, meu pai era muito teimoso. Ele nunca ver as conseqüências.
– Pense positivo. – Pediu. - Se conseguimos derrotá-lo, as riquezas que teremos, pense só, nossas conquistas.
– Tudo bem pai, mas o que eu mais queria era entendimento entre nossa família. Isso é o que mais importa para mim.
Me levantei saindo do escritório, ainda podendo ouvir o barulho de um livro sendo posto novamente na mesa.
Simplesmente eu me sentia solitário em casa, meu irmão sempre conversava coisas que não me interessa muito e meu pai com suas palavras fortes de ordem.
Passei o tempo todo apenas mexendo uma garrafa de uísque na messinha da sala de estar, onde havia varias bebidas. Nem ao menos bebi, eu estava mais pensativo do que nunca.
O que NÓS iríamos fazer para convencer nossos pais? Precisávamos de idéias.
Amanhã talvez eu devesse procurá-la para conversarmos mais sobre o assunto.
Eu estava realmente triste por ter que me comportar.
POV Elizabeth Hilary
Pouco tempo depois de entrar em meu quarto e me jogar na cama, ouvi umas batidinhas na porta, apresadas.
– Entre. – Pedi.
– Elizabeth? – Meu pai entrou, perguntando.
– Estou aqui. – Ele me percebeu e foi sentar em uma poltrona perto da minha cama.
– Eu adiantei a festa para amanhã, lembra dela? A que você terá que escolher um noivo e em seguida me apresentar.
– Amanhã? – Nossa não pensei que isso fosse acontecer tão cedo.
– Sim, amanhã. Por que não?
– Eu estava um pouco esquecida disso. Preciso me preparar, você sabe o vestido e outras coisas. – Eu não estava nada animada com essa festa. Em fim eu já sei que não vai ser fácil escolher um homem a quem eu não me apaixonei.
– Bem, os preparativos já estão prontos, então não vejo como adiar. – Ele não deixou eu responder, apenas beijou a minha testa me saldando com uma boa noite.
Ele sai e Marie entrou.
– Elizabeth, como foi à conversa com seu pai?
– Foi do jeito que eu esperava.
Ela me ajudou a tirar os espartilhos e pôr a camisola.
– O baile vai ser amanhã, ouvi o seu pai falar para sua mãe. – Lembrou.
– É, mas eu não estou nada preparada. Você acha mesmo que eu irei consegui escolher um bom noivo?
– Mas é claro. Você e uma moça inteligente e muito bonita. – Ela foi em direção a mesinha de canto esquerda e começou a apagar as velas.
– Pois eu acho que não. Eu sempre sonhei em me casar apaixonada. – Ela parou o que estava fazendo e foi se sentando ao meu lado na cama.
– Você irar se apaixonar após o casamento. – Ela me abraçou e foi apagar o resto das velas e quando ela apagou a ultima eu adormeci.
POV Elizabeth Hilary
Me sentei na cama espantada. Por que todo sonho que tinha com Willian ele desaparecia? Mas dessa vez esse me deixou mais assustada.
Nós estamos no campo, como sempre. Nós nos beijávamos e com esse beijo eu podia sentir algo diferente ou talvez estranho, mas só o que sei é que eu nunca senti isso em toda a minha vida. E para me deixar completamente assustada, de repente ele foi se afastando de mim, seria contra sua vontade? Eu gritava seu nome, mas só o que ele fazia era estender o braço e sussurrar algo. Até desaparecer completamente da minha vista.
E tudo que eu podia sentir nesse momento de solidão era um tremendo vazio no coração.
Me levantei e fui tomar um banho e em seguida me vesti rapidamente indo a sala de estar, talvez minha família estivesse lá.
Desci as escadas com esperança de encontrá-los, mas eles não estavam lá.
– Eu adiantei a festa para amanhã... – lembrei das claras palavras do meu pai.
Então sai da sala decidida a encontrá-lo no grande salão.
Tive sorte, ele estava lá.
– Coloque isso ali. – Ordenou para um dos criados. - Lembrem o piano deve ficar um pouco mais de canto no centro do salão. – Parou me percebendo na entrada.
Faz algum tempo que eu não ando aqui, sempre me afastei de festas. Isso nunca foi bem vindo para mim.
– Querida! Todos vão ter a honra de ouvir e vê-la tocar piano. – Olhei para o grande piano que já estava no lugar ordenado por meu pai.
Também faz um bom tempo que não toco piano. Lembro-me muito bem quando tocava para os meus pais que ficavam orgulhosos da minha pessoa.
– Ei, vocês não podem fazer as coisas melhores? Vocês perdem tempo demais. – Gritou meu pai aos criados.
– Pai? – Chamei interrompendo-lhe.
– Querida, depois nós conversamos, tudo bem? Esses criados estão me deixando louco.
Mesmo precisando muito falar com ele, sai.
Nos corredores de volta encontrei Marie, atormentada.
– Estava procurando você. Vamos! Vamos! Precisamos escolher algum vestido para você usar no baile. – Ela me puxou.
– Espere, eu queria sair um pouco... Ver Penélope. – Tentei puxar meu braço de volta.
– Mas você vai escolher seu vestido agora, vamos!
–Mas...
– Sem ‘mas’. Sei que você demora quando vai ver Penélope. – Vibrei.
Simplesmente fui obrigada a ir.
POV Willian Robertson
– Então quer dizer que vai haver um baile na propriedade dos Pierce? – Meu pai comentou com um amigo.
– Sim, é o assunto da cidade. Ninguém fala mais nada a não ser isso. – Então terá uma festa na casa de Hilary. Talvez seja por isso o seu desaparecimento.
Meu pai me percebeu na sala e imediatamente parou a conversa.
– Bom dia Willian! Não vai complementar o Sr. Brian?
– Ah, sim. Bom dia Sr. Coker! – Cumprimentei apertando sua mão.
– Então tudo bem Brian, depois conversamos. – Eles se despediram e logo Brian saiu.
Então me virei para ir à cozinha.
– Willian espere. – Me virei encarando-o.
– Sabe da festa na propriedade dos Pierce?
– Não. – Menti, fingi não saber assim saberia mais os detalhes.
– Pois o Sr. Pierce parece que tem muito o que comemorar.
– Sabe o motivo? – Ele notou meu interesse.
– Ainda não, mas boa coisa não deve ser.
– Não seja supersticioso.
– Isso não é superstição, isso é raiva e vingança. – Concertou.
– Quer saber o vou fazer? – perguntou.
– Se quer me falar de como assassinar a propriedade ao lado, sinto-lhe dizer que não quero saber sobre isso. Ou melhor, guarde sua vingança para si. – Teria mesmo que tirar isso da cabeça dele, isso não passa de um inferno.
– Pensei que estivesse interessado nos meus negócios.
– Não estou interessado nos seus negócios de vingança. – Estou perdendo meu tempo com isso.
– Mas não vai querer mesmo saber o que eu vou fazer?
Fiquei calado então ele falou por conta própria.
– Que tal eu acabar com a festa?
– Não seja malicioso.
– Calma, só vou mandar algumas preocupações ao Sr. Pierce.
Fui para a cozinha tentando acabar com a conversa inútil.
Eu preciso pensar em um modo de ele não fazer isso, o mais rápido possível.
Capítulo 6 ➢
Capítulo 9 ➢
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