POV Elizabeth Hilary
Abri meus olhos desperta há começar meu dia. Eu não poderia julgar se seria bom ou ruim. Apenas procurava algum indício de que eu estivesse atenta para as coisas que poderiam vir à tona.
Isso me fazia querer estar calma, quando na verdade eu me sentia confusa. Presa a pensamentos que me atormentavam a todo estante.
Escolhas que não decepcionariam só a mim, e seja qual for ela eu não poderia me martirizar de arrependimento.
Me remexi na cama distraída. Quando senti alguém me encarando.
– Marie? – Marie me encarava com expressão sofrida e preocupada, sentada em uma poltrona. Assim que me percebeu acordar se levantou.
– Bom Dia Elizabeth! - Continuava me olhando, como se estivesse estudando minha expressão.
Me levantei e me aproximei dela.
– O que está acontecendo? O que está lhe atormentando? – Marie estava muito diferente, o seu olhar angustiado era constrangedor.
– Me desculpe por estar atormentando-a a essa hora. – Parou, seus olhos leitosos continuavam presos em minha expressão vazia. - Eu precisava falar urgentemente com você, então eu fiquei esperando-a acordar.
– Diga. – Foi só o que eu consegui dizer, eu estava realmente assombrada com o seu olhar. Seria uma coisa ruim?
– Elizabeth... – Pegou minhas mãos. - Nunca deixe de perdoar.
O que ela queria dizer com isso? Por que eu precisava perdoar se eu não guardava rancor de ninguém?
Tentei falar, mas ela me impediu continuando com suas estranhas palavras.
– Não deixa o ódio lhe invadir e acabar com sua vida. Me prometa que vai... que vai perdoar.
– Tudo bem Marie, eu não vou me esquecer disso. – Ela fechou os olhos como se estivesse lembrando algo.
Eu não sabia o que passava em sua cabeça, o que tanto lhe torturava. Eu queria que tudo estivesse bem, mas isso não passa de um desejo.
Algo em mim me chamava a ver Willian, essa opção sempre animava.
Beijei o auto da cabeça de Marie e sai.
POV Willian Robertson
Estava deitado em minha cama pensativo. Eu tinha planos em mente e queria que tudo se realizasse. Mas algo me dizia que essa plano precisaria ser de imediato. Eu não estava preocupado com as conseguencias, afinal, era a coisa que eu mais queria.
Benjamin entrou no meu quarto me tirando dos meus totais devaneios.
– Irmão o que acha desses paletós? – Parou me olhando.
Me levantei e rodeei o quarto atrás das minha economias.
– O que está procurando? – Chamou-me atenção.
– Nada. Apenas coisas velhas. – O ignorei sem a menos olhá-lo.
– Irmão, saiba que pode contar comigo.
Parei e o olhei agradecido.
– Eu sei que pode. Eu estou procurando minhas economias. – Benjamin sorriu, entendendo minhas intenções.
Com certeza o meu olhar dizia tudo, até mais do que eu pensava.
Coloquei as mãos nos ombros de Benjamin.
– Eu só preciso que guarde isso, não conte nem mesmo a papai. Ouviu? – Sorriu e me encarou com uma expressão animada.
Eu entendia tudo isso, ele talvez nunca pensasse que seu irmão desinteressado iria mudar tanto. Eu meio que me espanto com isso também, afinal, sempre fui muito rebelde, orgulhoso, egoísta. Meus antigos planos não se assemelham com os de agora. Eu não me identifico mais com o velho Willian.
POV Elizabeth Hilary
– Bom Dia Elizabeth! – Cumprimentou meu pai da sala de jantar.
– Bom Dia! – Fechei a porta principal sem ao menos deixá-lo falar.
Caminhei pelo jardim, distraída, passando as mãos nas delicadas flores a minha frente.
– Elizabeth, bom dia! – Virei o rosto imediatamente e vi Christian me encarando com um belo sorriso amplo no rosto.
– O que? O que está fazendo aqui? – O encarei assombrada. Eu não poderia dá-lo a resposta, que em minha mente talvez já soubesse. Eu não queria seccioná-lo, Christian é legal, companheiro, simpático, mas eu não o amo.
– Eu vim ao nascer do sol para lhe ver. – olhei-o enojada, e isso pareceu perturbá-lo, abaixando a cabeça em seguida. Eu sabia em vão que aquelas palavras eram apenas como obrigações a serem ditas. Ele estava tentando me conquistar.
– Por que faz isso? – As palavras jorraram rapidamente da minha boca. - Isso é uma obrigação para você, não é? – Ele me olhou indignado, mas antes que ele respondesse e continuei.
– Você talvez nunca tivesse desejado isso, nem ao menos me conhece para mostrar-me tanta intimidade. – Falei tentando convencê-lo a se revelar.
– Eu não t...
– Me conte, por favor. Sei que isso tudo é em vão uma obrigação. – Ele me encarou serio e se abriu revelando.
– Não, nunca desejei isso. – Ele abaixou a cabeça, envergonhado e suspirou continuando. - Eu queria concluir todos meus estudos e aprender diversas línguas, viajar... Isso sempre foi o meu sonho...
Peguei a mão dele e ele sorriu.
– Não faça isso. Não desista dos seus sonhos porque seus pais lhe impedem e impressionam. – Eu senti a sua segurança quando ele me olhava. - Se você quer realmente isso, siga em frente. Não desista.
– E você? - Ele me olhou desentendido quando se referiu a mim.
– Eu também tenho sonhos... Eu quero realizá-los. – Sorriamos, ele pegou uma rosa branca arrancou e me deu.
– Espero que consiga. – Senti que ele estava mais confiante. Talvez ele estivesse desanimando por ter que se desfazer dos seus sonhos, mas agora eu podia sentir a esperança começar a brotar no seu olhar.
– Obrigada. – Peguei a rosa e cheirei.
– Eu que preciso agradecer você me ajudou. – Rimos - Você estava mais que certa, eu ia estragar minha vida. Não que ao seu lado fosse ruim, afinal você é adorável. Com certeza seria uma ótima esposa. – Por um momento imaginei casada com Christian. Em uma mesa de jantar ao qual discutiríamos assuntos paternos. Mesmo que eu me sentisse mal por desfazer um sonho de qualquer homem eu teria que esconder e dizer que tudo estava bem, quando na verdade eu apenas o iludia.
Eu desejava que Christian pudesse realizar todos os seus sonhos, em quanto aos meus eu os achava fora de foco. Talvez eu me sentisse realista ou apenas achasse impossível que uma mulher do pleno século XIX pudesse ter tanta liberdade em relação as suas escolhas. A esperança para nós eram simplesmente desistir de nossos sonhos e seguir as escolhas propicias.
Eu poderia sentir alguma esperança?
...
Segui em direção do campo. Era simplesmente adorável sentir o aroma daquele amplo lugar cercado de arvores e pequenas flores que cresciam na grama verde. Era realmente bom sentir as brisas perfumadas da primavera.
Não me espantei ao ver Willian me esperando no campo que agora estava mais semelhante a uma campina.
Estudei sua expressão que parecia muito animada e bastante esperançosa.
– Willian. – Sorri me aproximando dele.
Ele me puxou para o seu lado e se sentamos na grama.
Era bom conversar com Willian, contei todas as coisas que havia acontecido nós dias que não havíamos nos visto. Era tudo como se não estivéssemos nós falado há anos. Ele ria e concordava com a maioria das coisas que eu dizia. Ele estava bastante animado e na maioria das vezes me encarava como se estivesse imaginando coisas.
Nós deitamos na grama e ficamos olhando o céu cheio de leves nuvens, a cada segundo que passava sentíamos o vento bater-nos e nós fazer sentir a esperança.
Encarava aquele rosto perfeito, aqueles lindos olhos azuis e o seu cabelo que voava com o vento forte. Eu me sentia tão segura, tão feliz que eu trocaria tudo por aquilo.
Ele se aproximou mais de mim, tirou alguns fios de cabelo do meu rosto e colocou atrás da minha orelha em seguida beijou minha testa.
Ele me puxou nós fazendo ficar sentados, colocou as mãos para trás e tirou algo que no momento não pude distinguir.
– Casa comigo Hilary. – Pediu me presenteando um lindo anel com um diamante em ouro branco no centro, era perfeito! Meu coração palpitou dentro de mim, isso tudo era uma surpresa inacreditável. Era coisa que eu mais desejava em minha vida e eu via isso se realizando quando ele colocou no meu dedo e beijou meus lábios.
– Por todo meu amor. – Continuou.
– É tudo que eu mais quero na minha vida. – Eu abracei com força e em seguida o selinho se transformou em um beijo demorado e romântico.
Eu não pensei em mais nada naquele estante, tudo que eu imaginava era eu casada com Willian e vendo minha vida começando a se realizar. Tudo que eu menos queria pensar era nas conseqüências e isso de alguma forma teria que esperar.
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